To whom it may concern
Prezado Sr. O Cara,
Venho por meio destas tortas linhas que mal fazem um quatro - aproveitando meu estado etílico de sinceridade, languidez e depressão alastrante - dizer nada mais, nada menos que eu estou perdidamente apaixonada por você. Aliás, é exatamente por isso que eu estou tão devastada. E tão infinitamente arrasada (esta é a deixa pra você sentir um remorso tremendo e derramar uma lágrima por mim) .
Seria tudo mais fácil se você fosse banal. Mas não: é bonito e desengonçado; inteligente e divertido; sexy e de óculos; malandro e desafinado; gentil e carinhoso; e pra piorar, Cara, você gosta de mulher. Não é como aqueles mexilhões sarados que encaram a fêmea como uma concavidade ambulante ou um acessório peniano luxuoso.
Minha religião não permite que eu sofra demais por uma pessoa só, então considere este texto um epílogo bem epilogado da minha auto-comiseração. Amanhã, quando este cabernet já tiver saído do meu sistema, eu farei spinning, irei trabalhar, terei duas reuniões importantes, pintarei as unhas de café e sairei de casa sem hora pra voltar. Te acho um lindo e respeito pra caramba a tua decisão (de me deixar de banda e voltar pra ex) mas, se eu fosse você, de verdade, assim, na sinceridade mesmo, eu ficava comigo.
Desculpa. Falei. O pior que pode acontecer é você me achar engraçada. Eu também me acho muito engraçada, menos quando estou sofrendo pra cacete por causa da mesma história nove vezes.
E não esqueça: se sair, é meu.
VanOr
<< Home