Para alguém que eu quero bem
In: http://ciottopeste.altervista.org/_altervista_ht/LacrimaBimbo.jpg
Há pouco cheguei em casa pisando num tapete aveludado de luar estendido sobre a noite perfumada. Contei-me os braços, pernas e dedos, deixei o ar entrar e sair por minha respiração perfeita, ouvi a música forte do meu coração e, em vez de regozijar-me por me constatar viva e saudável, deitei na cama abatida por uma profunda sensação de oco no peito.
Plic. Cai uma lágrima no oco. Na minúscula poça que se forma, vê-se a imagem projetada de um belo sorriso. Plic, mais uma lágrima. O sorriso agora é triste. Plic, plic. O rosto ganha contornos, contornos contrariados. Plic. E um olhar de decepção. Plic, plic, plic, plic, plic. Já entendi tudo: o rosto não é meu, mas a decepção é comigo.
Fico ainda deitada com o oco no peito me pesando, insuportavelmente pesado, entrecortando minha respiração imperfeita, bagunçando a música fraca do meu coração estúpido e paralisando-me os braços que já tanto aninharam esse alguém que eu quero bem.
Pliiiiic. O oco agora está completo. No entanto, sou eu que não estou.
Plic. Cai uma lágrima no oco. Na minúscula poça que se forma, vê-se a imagem projetada de um belo sorriso. Plic, mais uma lágrima. O sorriso agora é triste. Plic, plic. O rosto ganha contornos, contornos contrariados. Plic. E um olhar de decepção. Plic, plic, plic, plic, plic. Já entendi tudo: o rosto não é meu, mas a decepção é comigo.
Fico ainda deitada com o oco no peito me pesando, insuportavelmente pesado, entrecortando minha respiração imperfeita, bagunçando a música fraca do meu coração estúpido e paralisando-me os braços que já tanto aninharam esse alguém que eu quero bem.
Pliiiiic. O oco agora está completo. No entanto, sou eu que não estou.
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