Mermão, o Nêgo de Deus
Hoje, ou melhor e talvez: daqui a pouco -- dependendo do meu DDAdismo (que eu começo agora, às 23h24 do dia 18 de setembro, a escrever este post, mas tudo pode me distrair) --, é aniversário do mermão, o pai d'O Cara, sendo Um Cara Ele Mesmo, meu personal fodão do bairro peixoto numa determinada fábrica de automóveis cujo nome não revelo até que me paguem royalties (ou voltem a conceder o desconto de tantos porcentos a parentes consangüíneos), faz aniversário.
Agora eu vou falar um pouquinho do mermão, com licença. Poética. A gente se gudunhou a vida inteira enquanto fomos obrigados a viver sob o mesmo teto. Eu tinha menos de seis anos quando ele, sem querer, claro, quebrou meu braço quando a gente brincava de coiote (eu), cão pastor (ele) e ovelha (m'ermã caçula). Só mais uma dessas idéias americanas ridículas implantadas pela propaganda política em forma de desenho animado na cabeça da criançada do terceiro mundinho. Lembro do mermão fechando (e trancando, infâmia!) a porta de seu quarto na minha cara, sem mais nem porquê, só porque eu era uma pré-adolescente pentelha, e ele um adolescente pentelho. Lembro do quão puto ele ficava quando os adultos -- no curso de inglês, na ginástica olímpica e outros lugares-micóides a que ele era obrigado (pelos nossos pais, pelos nossos próprios pais, sempre eles!) a me levar -- perguntavam: "Ah, que gracinha! Vocês são namorados?" Ele ficava puto, eu tinha vontade de vomitar, e a gente se odiava profundamente por isso e POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!
Mas minha maior admiração por ele, mermão Ito, o Papai Ito d'O Cara, foi ele ter perdoado, antes de todo mundo, nossos pais por todos os micos e humilhações -- e castigos, um sentado de cara pro outro horas a fio, depois de um embate físico semi-fatal -- que os véios nos infligiram. Apesar d'ele ter falado coisas muito duras pra mim naquela fase da vida em que a vida marca profundamente (como naquela noite, em Miguel Pereira, em que um coroa barbado de 21 anos me paquerava -- e eu devia ter uns 15, mas com carinha de 9 -- e ele me puxou pelo braço e falou: "QUAL É O SEU PROBLEMA? QUER SE TORNAR UM DEPÓSITO DE ESPERMA?!?", e olha que eu era virgem, virgem), esse nêgo, esse Nêgo de Deus, é meu ídolo, meu amigo de fé e mermão camarada.
E agora eu não preciso dizer mais nada além de "feliz aniversário, bicho", senão daqui a pouco eu ganho perna mecânica e viro o Rei Roberto Carlos.
PS: agora, que já é dia 19, eu posso dizer: o único rei aqui, mermão, é você. Te amo pra caraças. Beijugande!
Agora eu vou falar um pouquinho do mermão, com licença. Poética. A gente se gudunhou a vida inteira enquanto fomos obrigados a viver sob o mesmo teto. Eu tinha menos de seis anos quando ele, sem querer, claro, quebrou meu braço quando a gente brincava de coiote (eu), cão pastor (ele) e ovelha (m'ermã caçula). Só mais uma dessas idéias americanas ridículas implantadas pela propaganda política em forma de desenho animado na cabeça da criançada do terceiro mundinho. Lembro do mermão fechando (e trancando, infâmia!) a porta de seu quarto na minha cara, sem mais nem porquê, só porque eu era uma pré-adolescente pentelha, e ele um adolescente pentelho. Lembro do quão puto ele ficava quando os adultos -- no curso de inglês, na ginástica olímpica e outros lugares-micóides a que ele era obrigado (pelos nossos pais, pelos nossos próprios pais, sempre eles!) a me levar -- perguntavam: "Ah, que gracinha! Vocês são namorados?" Ele ficava puto, eu tinha vontade de vomitar, e a gente se odiava profundamente por isso e POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!
Mas minha maior admiração por ele, mermão Ito, o Papai Ito d'O Cara, foi ele ter perdoado, antes de todo mundo, nossos pais por todos os micos e humilhações -- e castigos, um sentado de cara pro outro horas a fio, depois de um embate físico semi-fatal -- que os véios nos infligiram. Apesar d'ele ter falado coisas muito duras pra mim naquela fase da vida em que a vida marca profundamente (como naquela noite, em Miguel Pereira, em que um coroa barbado de 21 anos me paquerava -- e eu devia ter uns 15, mas com carinha de 9 -- e ele me puxou pelo braço e falou: "QUAL É O SEU PROBLEMA? QUER SE TORNAR UM DEPÓSITO DE ESPERMA?!?", e olha que eu era virgem, virgem), esse nêgo, esse Nêgo de Deus, é meu ídolo, meu amigo de fé e mermão camarada.
E agora eu não preciso dizer mais nada além de "feliz aniversário, bicho", senão daqui a pouco eu ganho perna mecânica e viro o Rei Roberto Carlos.
PS: agora, que já é dia 19, eu posso dizer: o único rei aqui, mermão, é você. Te amo pra caraças. Beijugande!
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