Baiano não dorme no ponto.
Deu n'A Tarde de ontem: a perfeita vítima de assalto esquematizada. Vale pra Salvador, pro Rio e, sem exagero, acho que um banner assim, bem grande e em 4 línguas diferentes, no desembarque internacional de todos os aeroportos do país, talvez tivesse poupado a vida do italiano que rolou pra baixo de um ônibus quando lutava com um ladrão pelo cordão de ouro do pai na Praia de Ipanema.
É só falar em assalto no Brasil que os ufanistas de plantão vêm logo contar que perderam suas máquinas fotográficas, suas filmadoras, seus laptops e até suas carteiras, ó, na frente do Coliseu romano ou numa praça de touros qualquer. Tenho pra mim que assalto nesses locais é pagação de karma. No Brasil, é só um lembrete: não dá pra blindar, tudo, minha gente. Ou seja, é karma também.
Há dez dias, em Ipanema, um cara de bicicleta tentou arrancar o celular da minha orelha enquanto eu falava e andava, à luz plena do dia, numa Visconde de Pirajá recheada de guardas na Operação Natal. Seguiu-se uma breve troca de ofensas, tão logo me refiz do susto:
- Filho da puta!, gritei.
- Vai se fuder! E a voz dobrou a esquina da Joana Angélica, onde as vítimas aguardavam sua vez, civilizadamente, nas filas dos restaurantes.
***
Agora, cá entre nós: chamar relógio de riqueza é coisa fina, não é? A que ponto chegamos? (suspiro)
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