Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Os infantes também escrevem.



Minha mãe está arrumando os armários. Ouço as gargalhadas e vou perguntar o que é. Ela me mostra os cartões que eu e minha irmã escrevíamos pra ela no Natal, aniversários, dia das mães e dos namorados. Aparentemente, meu pai terceirizava essa última tarefa pra gente, o covarde.

Duas coisas, em especial, chamaram minha atenção:

  1. Cartão amarelado de aniversário: "É, mãe. Vossa senhoria está ficando velha. Ora, conforme-se, velha senhora! Sua ilustríssima filha, sua queridíssima Vanessa, está pior que a senhora (e olha que ainda SEQUER tem idade para votar): esqueceu-se do seu presente! Conto com sua compreensão. Perdoe, por obséquio, a esclerose precoce de sua filha. Desde já, agradeço, Vanessa. PS: Já ia me esquecendo: feliz aniversário!"
  2. A biografia do autor, em um livrinho escrito por minha irmã na escola: "Samantha Ornella dos Santos, nascida em 20 de março de 1975, estudante da sexta-série do Colégio Anglo Americano, pratica capoeira -- faixa verde-amarela -- e ainda pratica equitação. É dona do cavalo puro sangue inglês de nome Capeta, seis anos, que salta 1,20 m na pista."
Só duas observações importantes: esta é a biografia mais maravilhosamente franca que eu já li na vida! As pessoas querem ser horrores, mas a gente só pode ser os peludos que tem. Todo o resto é firula. E por último, mas justamente por ser o mais importante, a Samantha era dona de metade do cavalo, que era meio sangue de PSI com Crioulo. Não suporto preconceito racial.

Noves-fora, zero, acho que a gente nunca cresce em determinados aspectos. ;-)

PS: Já entendi o que minha irmã quis dizer: ela era dona da metade PSI do cavalo, e eu da metade Crioula. Por mim, tudo bem. Era a metade Crioula dele que fazia hipismo rural, então está honesto.