Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Balanço afetivo de 2005

A mulher de 33 e seu pai biológico que Freud explica.


Porque este foi um ano muito emocionalmente atípico, no bom e no mau sentido, sinto-me na obrigação de fazer um balanço afetivo de 2005.

O ano começou mal, com uma crise conjugal que culminou me deixando solteira depois de 3 anos, completamente devastada e offline por meses. Pra falar a verdade, passei dois terços de 2005 sofrendo horrores e consumindo toda a sorte de antidepressivo e veneno antimonotonia que se possa conceber para o alívio da dor de corno. Só parou de doer depois que eu passei a freqüentar pessoalmente os amigos que a Cora Rónai me proporcionou conhecer (a começar por ela própria), o que me abriu o portal para uma nova dimensão, onde solidão e desamparo são meros conceitos teóricos sem qualquer comprovação científica.

Achei tão legal isso de curtir os amigos que me lembrei de voltar a freqüentar aqueles que não via há séculos, como os de infância e os da faculdade. Com alguns dos amigos antigos, fui a uma Paris imaginária e fiz planos de escrever peças e livros; visitei a Chapada dos Veadeiros; freqüentei micaretas; consultei tarólogos; fiz pactos de amor eterno; e bebi. Muito. Mas muito, muito, muito mesmo. Não tanto a ponto de precisar de um transplante de fígado, mas o bastante pra eu começar a me preocupar seriamente com isso. Em 2005, eu finalmente entendi o que Vinicius de Moraes quis dizer com “O whisky é o melhor amigo do homem.”; o whisky, a vodka, o sakê, tudo isso com ou sem Red Bull, com ou sem morango ou kiwi, e o vinho. Ah, o vinho! Como o vinho modula o caráter e torna o ser humano apto à sinceridade extrema!...

E aí, quando eu percebi que estava sem tempo até para sofrer, resolvi partir em busca de um novo amor. Uma querida amiga me sugeriu o http://www.parperfeito.com.br/, e eu me mandei pra lá, de onde saquei figurinhas brilhantes, algumas das quais incorporei - sem maiores pudores - ao meu círculo de amizades. Nesse processo de busca, tive a chance de exercitar meu pobre coraçãozinho enferrujado de tanto chorar por quem não me queria; me apaixonei e me desapaixonei à velocidade da luz por alguns pares perfeitos; had a good-short time com outros; e percebi, depois de um certo tempo, que tinha atirado no que vi e acertado o que não vi: na busca de um grande amor, acabei amando a mim mesma. Sem essa de egotrip: eu tinha esquecido, tinha muito tempo, o que é sentir amor próprio. Essa (re)descoberta, por sua vez, me abriu outro portal: para um dimensão onde o equilíbrio de forças permite o desenvolvimento de relacionamentos sadios. Estou apta, finalmente, e não quero nem saber de quem não está apto a mim! Não tenho pressa: estou atenta ao mundo, atenta a tudo. O grande amor não me passará incógnito. Até que o homem certo apareça – e esse trem, vocês sabem, não tem hora certa pra passar –, eu vou me divertindo com os errados. Eu, definitivamente, não nasci pra sofrer.

Resumindo: 2005 foi um dos melhores anos afetivos da minha vida. E não importa que ele tenha começado trôpego, com dois pés esquerdos: se eu chorei ou se eu sofri, o importante (isso sim!) é que emoções eu vivi. Que venha 2006!