Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

A mulher de 33 e o esoterismo.


Toda mulher de 33 que se preze, tem de ter um guru. Pode ser um tarólogo, um ufólogo, um astrólogo ou mesmo – de preferência, inclusive – um professor gostoso de Yoga. Nesses 33 anos bem distribuídos de vida esotérica, eu só não tive um ufólogo (embora tenha tentado muitas vezes ser abduzida por seres estranhos terrestres).

Hoje eu fui ao Greg, meu tarólogo, que é cigano até na altivez do molejo flamenco. É bom fazer aqui um adendo: a mulher de 33 não acredita em tarô, astrologia, magia, nada disso, mas como não está fácil pra ninguém, ela consulta (embora não acredite) o tarô, as urnas, os búzios e os astros regularmente, quase que por distração, só pra ver se as coisas batem, sabe? Se o mapa bate com o tarô, que bate com as urnas, que bate com o meu santo, que bate com o que eu quero e sei... só pra saber se eu REALMENTE sei aquilo que eu quero, e se o que eu quero e sei tem algum tipo de endosso místico, tipo um aval da Cigana Sarah Shiva ou uma benção do meu orixá. A mulher de 33 é uma mera observadora crítica do Mistério e adora repetir, como se fosse da boca pra fora, que “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay!”

Pois o Greg me garantiu, depois de abrir três baralhos diferentes, que 2006 será um ano foda para mim, uma vez que está sendo regido pela carta da Imperatriz, mulher bonita, garbosa e tesuda que faz e acontece. Pelo visto, vai chover muito na minha horta. E quanto à insistente pergunta objetiva que eu sempre faço ao tarô (“EU VOU ME CASAR, PORRA?!?”), o Greg fez cara de Buda e disse que eu vou, sim, mas eu preciso ter muita calma nessa hora, que ainda não será em 2006.

Ou seja: só me resta relaxar e cair na vida por mais um ano. Eu não tenho culpa se o tarô é a minha melhor desculpa pra ser assim, tão solteira no Rio de Janeiro. Solteira, vejam bem, mas não necessariamente disponível. A mulher de 33, por definição e classe, não dá ousadia pra mané.