Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

A mulher de 33 e sua bicicleta cor-de-rosa

Porque minha bike passou anos numa garagem de frente pro mar, eu quase a perdi pro ferrugem. O ferrugem é a causa número um dos óbitos de bicicleta no mundo inteiro. Desesperada de medo de perder minha amiga, levei-a a uma oficina conhecida de Botafogo, onde me sugeriram que eu comprasse outra, que aquela ali era caso perdido. Ponderei que minha bike tinha valor estimativo, então fizemos uma lista, o homem insensível e eu, das coisas que eu precisaria trocar nela. Troquei praticamente tudo, menos o quadro de alumínio e os pneus com aro de aço inox. O quadro de alumínio, a propósito, parecia cagado por biguá: é que o verniz da pintura, segundo o cientista da loja, também enferruja. Aí, já que eu ia trocar tudo mesmo, pedi: "troca a cor também". Escolhi um tom bem chamativo de rosa, que é uma cor mais a minha cara - e menos a cara dos pivetes roubadores de bike - que prata.

Foi com um aperto no peito que eu a deixei na oficina assim:



Pois bem: minha bicicleta ficou na oficina, sabe-se lá suja do quê e armazenada sabe-se lá em que muquifo, por dois meses! Passou o Natal fora de casa! E o reveillon! A desculpa é que a pintura só poderia ser feita num domingo de sol, e depois do segundo domingo de sol sem o serviço pronto, eu tive de fazer a louca e usar a palavra PROCON pra que esses sequestradores me devolvessem a magrela.

E ela chegou, toda-toda:



Hoje eu vou pegar a magrela e dar umas voltas por aí. E a vida segue cor-de-rosa.

Não há nada que uma boa brisa do mar no rosto não atenue.