Argh, o próximo feriado é só no meio de abril!!!
Hoje foi o dia mais tedioso da minha vida inteira.
Não bastasse ser o primeiro dia útil depois do carnaval, eu fui trabalhar com o estômago embrulhado. Tomei litros de café, tive azia e calafrios, cochilei na frente de um texto e lavei meu rosto umas duzentas e cinquenta vezes pra ver se acordava. Os segundos se arrastavam.
Para me movimentar, resolvi almoçar mais cedo, às 11h e tal, um péssimo horário pra quem está na manguaça pós-carnavalesca porque dá ao estômago a impressão de que está descendo um gordíssimo café da manhã. E café da manhã é coisa hermeticamente proibida nessas circunstâncias. Além de confundir todo o meu tubo digestivo, o almoço precoce me fez sentir fome às 14h. Nessa hora, num esforço sobre-humano, berrei a plenos pulmões para exterminar a quietude anormal que se abatia sobre o prédio e saber: "Alguém vai de empada aí?".
Faz muito bem gritar pra quebrar o tédio.
A idéia da empada causou um burburinho e alguns colegas fizeram seus pedidos, o que me ocupou por quase seis minutos. Depois disso, nada de o tempo passar. Seguiu-se um silêncio fúnebre: era como se todos lamentássemos o fim do carnaval. Ou o início efetivo do ano. Eu queria me atirar do terraço do prédio toda vez que olhava o relógio e via que só tinham se passado dois míseros minutos desde a última conferida.
Quando o entregador de empada chegou, fazendo cinco pessoas sairem de seus lugares para pegar seus pedidos, quase o beijei na boca de tanta emoção: cinco pessoas se moveram! Quando ele foi embora, faltavam exatamente 2h37 min para acabar o expediente. Eu queria me rasgar todinha só de pensar no relógio que marcava de dois em dois minutos.
Sinceramente: estou achando 2006 um saco.
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