Adeus ano velho, feliz ano novo!
Estou reinaugurando apenas hoje, depois de muitos dias, minha disponibilidade físico-geográfica-afetivo-temporal de estar na frente do computador para: escrever posts, responder e-mails (tantos e tão lindos!), visitar outros bloguitos e, at last but abfabulously not least, pesquisar o que fazer no carnaval de Salvador.
Meu Nêgo de Deus, Marcia Motta e Ana da Bahia, se preparem: eu vou me acabar nessa folia! Já combinei com meu sobrinho que me fantasiarei de Mulher Gato e ele, de Super Homem (ou O Super Incrível Engolidor de Pilhas). Vou ser a penetra mais persistente da cidade e, enquanto eu não invadir todos os camarotes, trios e festas que meu humilde contracheque veterinário jamais permitiria comprar (money is only paper, babe, e valham-me os amigos nessas horas!) o carnaval não vai acabar. Preparem-se: em 2007, o carnaval só acabará em agosto. E tenho dito!
Pois bem. O balanço de 2006 foi positivo. Morreu a mulher de 33, uma louca varrida, campeã dos homens impossíveis, viciada nessa coisinha careta de casar e ter filhos (coitadinha dela!), mas (res)surgiu das cinzas, tal qual um Phoenix estabanado, uma mulher de 34 que decidiu ser magra novamente, retomar o curso de sua vida independente de qualquer-cueca-e-foda-se, detonar todos os maus espíritos que a arrodeavam e conhecer -- às vezes com muita insistência, às vezes nem tanta -- muitas das pessoas adoradas que freqüentam este quartinho onde eu ora circulo nua (afetivamente falando), ora dragmente fantasiada de personagens que eu crio e abandono quando dão o que tinham que dar. E chega um momento em que toda personagem descobre a merda que é não ser gente de carne e osso. Que gente mesmo, gente, de carne e osso, sentimento e pele, calor e coração... putz, gente é uma coisa extremamente foda. Eu amo gente! Mas eu 2006, eu descobri que sou um cachorro. Cachorro também ama gente, embora não tenha a menor noção de que gente não é cachorro. Aliás, cachorro é quase gente, mas como não foi expulso do Idílio, como não comeu a maçã e aquelas coisas todas que Michelangelo pintou no teto da Capela Sistina, como caga e anda pra Deus e pra maldade dos homens, como é fiel àquilo que acredita, cachorro é tudo o que eu quero ser nesta vida. E vejam bem: eu sou um cachorro sem raça definida. Vira-lata. Como meu Povo Brasileiro e minha Princesa Radija, embora eu seja proibida de dizer isso aqui em casa, porque nós combinamos que mentiríamos sobre a genealogia deles, pro resto de nossas vidas, pra que nossos peludos não fossem vítimas do preconceito medonho que o bicho homem inventou. E por isso dizemos que o Povo é um nobre Galgo Iraquiano, poderoso soltador de armas químicas, e a Radija é uma digníssima Pastora Islandesa. Como se houvesse gado na Islândia! Como o cachorro supera o homem nessa coisa da estereotipagem e do preconceito!
O Joel, que é uma das pessoas mais queridas (embora engenheiro, ha ha ha) que eu conheço, veio aqui em casa, em pleno transtorno do último dia do ano, me trazer as romãs que eu não encontrei no Hortifrutti. E eu tomei um vinho com ele, mas como ele não bebe, eu bebi por nós dois. E aí, quando dei por mim, quando 2006 acabava e eu nem tinha tomado meu banho de rosas brancas e sal grosso ainda, e nenhuma companhia de táxi tinha carro pra me buscar, só me restou ir à Ipanema, onde eu romperia o ano numa festa no nove, de bicicleta. Eu, de branco, bêbada, numa bike rosa choque sem pára-lama, pedalando numa rua tão vazia que dava pra subir viaduto no meio da pista, chuva na cara, vi o ano nascer no Corte do Cantagalo: o delírio dos fogos, a chuva, o vento, o viaduto, a rua só pra mim, aquela sensação boa de que o ruim ficou pra trás, que o vento levou.... eu soltei as mãos do guidão e gritei: LIBERDAAAAAAAADE, PORRRA!!! E tive essa sensação muito boa -- e muito forte -- de que 2007 vai ser bom pacarajo! Cheguei à festa coberta de lama, mas fui tratada pelos amigos do Lau (e pelo pai global da minha prima Joana, grávida, querida!), e por ele próprio e por todos, como se eu estivesse limpinha, lindinha, penteada e maquiada. E nessas horas eu penso: imagem não é nada: sentimento é tudo. E-U A-M-O O-S M-E-U-S A-M-I-G-O-S!
Eu ensinei a simpatia da romã pra todo mundo: que tem que chupar sete caroços, fazer sete pedidos e jogar no mar no dia de Reis, etc. Mas como eu fui de bicicleta pra minha festa de reveillon e não estava sóbria o bastante pra pedalar de volta pra casa, fiz uma travessia de uma hora e quarenta minutos do nove à Botafogo, debaixo de chuva, achando tudo lindo, perdi as sementinhas de romã que eu chupei à meia noite e 12 minutos. Vou dar uma de João-sem-braço e chupar as sementinhas hoje de novo, fazer os pedidos e blá blá blá. O que importa é a fé, e ela não costuma faiá.
Antes de desejar a todos um 2007 repleto de saúde e realizações, preciso propôr um brinde (eu já estou bebendo há duas horas, mas nunca é tarde pra vocês começarem) à Tati, uma querida das antigas que eu reencontrei pelo blog, que está, neste exato momento, enquanto teclo essas ébrias linhas, gerando um filho no ventre. E só de escrever isso, meus olhos enchem de uma água, que tanto pode ser lágrima, quanto leite materno, e eu sinto cada vez mais certeza de que o ano que acaba de nascer será repleto de amor, criações extraordinárias, superações e saúde pra todos vocês, meus queridos.
Que a gente se encontre muitas vezes neste ano bom, e que este quartinho, tal qual o coração da mãe que eu nasci pra ser, acolha sempre, com o proporcional carinho, a presença de vocês.
Meu Nêgo de Deus, Marcia Motta e Ana da Bahia, se preparem: eu vou me acabar nessa folia! Já combinei com meu sobrinho que me fantasiarei de Mulher Gato e ele, de Super Homem (ou O Super Incrível Engolidor de Pilhas). Vou ser a penetra mais persistente da cidade e, enquanto eu não invadir todos os camarotes, trios e festas que meu humilde contracheque veterinário jamais permitiria comprar (money is only paper, babe, e valham-me os amigos nessas horas!) o carnaval não vai acabar. Preparem-se: em 2007, o carnaval só acabará em agosto. E tenho dito!
Pois bem. O balanço de 2006 foi positivo. Morreu a mulher de 33, uma louca varrida, campeã dos homens impossíveis, viciada nessa coisinha careta de casar e ter filhos (coitadinha dela!), mas (res)surgiu das cinzas, tal qual um Phoenix estabanado, uma mulher de 34 que decidiu ser magra novamente, retomar o curso de sua vida independente de qualquer-cueca-e-foda-se, detonar todos os maus espíritos que a arrodeavam e conhecer -- às vezes com muita insistência, às vezes nem tanta -- muitas das pessoas adoradas que freqüentam este quartinho onde eu ora circulo nua (afetivamente falando), ora dragmente fantasiada de personagens que eu crio e abandono quando dão o que tinham que dar. E chega um momento em que toda personagem descobre a merda que é não ser gente de carne e osso. Que gente mesmo, gente, de carne e osso, sentimento e pele, calor e coração... putz, gente é uma coisa extremamente foda. Eu amo gente! Mas eu 2006, eu descobri que sou um cachorro. Cachorro também ama gente, embora não tenha a menor noção de que gente não é cachorro. Aliás, cachorro é quase gente, mas como não foi expulso do Idílio, como não comeu a maçã e aquelas coisas todas que Michelangelo pintou no teto da Capela Sistina, como caga e anda pra Deus e pra maldade dos homens, como é fiel àquilo que acredita, cachorro é tudo o que eu quero ser nesta vida. E vejam bem: eu sou um cachorro sem raça definida. Vira-lata. Como meu Povo Brasileiro e minha Princesa Radija, embora eu seja proibida de dizer isso aqui em casa, porque nós combinamos que mentiríamos sobre a genealogia deles, pro resto de nossas vidas, pra que nossos peludos não fossem vítimas do preconceito medonho que o bicho homem inventou. E por isso dizemos que o Povo é um nobre Galgo Iraquiano, poderoso soltador de armas químicas, e a Radija é uma digníssima Pastora Islandesa. Como se houvesse gado na Islândia! Como o cachorro supera o homem nessa coisa da estereotipagem e do preconceito!
O Joel, que é uma das pessoas mais queridas (embora engenheiro, ha ha ha) que eu conheço, veio aqui em casa, em pleno transtorno do último dia do ano, me trazer as romãs que eu não encontrei no Hortifrutti. E eu tomei um vinho com ele, mas como ele não bebe, eu bebi por nós dois. E aí, quando dei por mim, quando 2006 acabava e eu nem tinha tomado meu banho de rosas brancas e sal grosso ainda, e nenhuma companhia de táxi tinha carro pra me buscar, só me restou ir à Ipanema, onde eu romperia o ano numa festa no nove, de bicicleta. Eu, de branco, bêbada, numa bike rosa choque sem pára-lama, pedalando numa rua tão vazia que dava pra subir viaduto no meio da pista, chuva na cara, vi o ano nascer no Corte do Cantagalo: o delírio dos fogos, a chuva, o vento, o viaduto, a rua só pra mim, aquela sensação boa de que o ruim ficou pra trás, que o vento levou.... eu soltei as mãos do guidão e gritei: LIBERDAAAAAAAADE, PORRRA!!! E tive essa sensação muito boa -- e muito forte -- de que 2007 vai ser bom pacarajo! Cheguei à festa coberta de lama, mas fui tratada pelos amigos do Lau (e pelo pai global da minha prima Joana, grávida, querida!), e por ele próprio e por todos, como se eu estivesse limpinha, lindinha, penteada e maquiada. E nessas horas eu penso: imagem não é nada: sentimento é tudo. E-U A-M-O O-S M-E-U-S A-M-I-G-O-S!
Eu ensinei a simpatia da romã pra todo mundo: que tem que chupar sete caroços, fazer sete pedidos e jogar no mar no dia de Reis, etc. Mas como eu fui de bicicleta pra minha festa de reveillon e não estava sóbria o bastante pra pedalar de volta pra casa, fiz uma travessia de uma hora e quarenta minutos do nove à Botafogo, debaixo de chuva, achando tudo lindo, perdi as sementinhas de romã que eu chupei à meia noite e 12 minutos. Vou dar uma de João-sem-braço e chupar as sementinhas hoje de novo, fazer os pedidos e blá blá blá. O que importa é a fé, e ela não costuma faiá.
Antes de desejar a todos um 2007 repleto de saúde e realizações, preciso propôr um brinde (eu já estou bebendo há duas horas, mas nunca é tarde pra vocês começarem) à Tati, uma querida das antigas que eu reencontrei pelo blog, que está, neste exato momento, enquanto teclo essas ébrias linhas, gerando um filho no ventre. E só de escrever isso, meus olhos enchem de uma água, que tanto pode ser lágrima, quanto leite materno, e eu sinto cada vez mais certeza de que o ano que acaba de nascer será repleto de amor, criações extraordinárias, superações e saúde pra todos vocês, meus queridos.
Que a gente se encontre muitas vezes neste ano bom, e que este quartinho, tal qual o coração da mãe que eu nasci pra ser, acolha sempre, com o proporcional carinho, a presença de vocês.
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