Se ela dança, eu danço.
Não é euforia, hipomania, tampouco efeito desejado de medicação psicotrópica. Tive minhas dúvidas, fiquei insegura, mas concluí que estou numa boa. Mesmo. Como todos os seres imperfeitos que habitam a superfície terrestre, tenho meus bons e maus momentos, mesmo fora da crise. A gente sabe que está bem quando tudo que é ruim some rapidamente no ar -- tal qual um punzinho efêmero que algum gordinho maldito deixou no elevador exclusivamente pra você. Seguindo esta metáfora, respirar pum dos outros é altamente irritante: dá muita raiva; mas a ira passa quase que instantaneamente quando se chega ao andar desejado. A porta do elevador se abre, a atmosfera se renova e a vida segue em frente, linda e perfumada. Quem está de bem com a vida não passa o dia sofrendo por um flato pestilento liberado por outrem no elevador.
Pois bem. Estar bem também é dançar conforme a música. Não quero virar a rainha da metáfora, mas acho super relevante falar nisso porque eu acredito piamente que a adaptabilidade é o xis da questão do bem-estar emocional. Há de se criar um espaço cativo pro plano B ou C, já que o A nem sempre acontece. No meu caso, par-perfeitamente falando, eu ampliei meu universo até o plano J, mas... numa boa... o plano A, que sou eu comigo mesma, sempre me pareceu a melhor opção desde o início. Estou adorando gostar de mim. Sem essa de ego trip. Eu dependo de mim para absolutamente tudo na vida: pra beber água quando estou com sede, pra comer quando estou com fome, pra pisar no chão e fazer minhas pernas se mexerem quando preciso me deslocar, and so on. Então, pra quem nunca teve problemas de auto-estima na vida (duvido!), pode até parecer bastante ridículo o que eu vou dizer, mas eu não vejo mais o menor sentido nisso de colocar outras pessoas na minha frente. Se outras pessoas não vão verter água na minha goela quando eu tiver sede, então, sorry: entrem na fila atrás de mim. Talvez eu faça uma exceção pra minha mãe e meu pai, que drenariam água das próprias veias pra me manter hidratadinha; e meu sobrinho, que afinal tem 3 anos e responsabilidade com porra nenhuma na vida.
Minha melhor amiga, alma gêmea e a mulher mais elegante que eu conheço, pessoa acima de qualquer suspeita, me mandou por e-mail a música linkada no título deste post. Sem brincadeira: amei tanto, que estou ouvindo a mesma faixa, nonstop, há exatos 180 minutos. A letra não diz absolutamente nada, e eu sempre fico impressionada com pessoas que usam palavras pra expressar porra nenhuma (acho isso um verdadeiro fenômeno Yolhesman Crisbelles). "Se ela danço, eu danço" é uma pérola dançante dum tal MC Leozinho e, resumindo quase nada, a letra diz que "se ela dança, eu danço". É o reforço da minha tese de auto-estima, por isso eu gostei tanto do funkão. A mulher de 33 só pode dançar se for pra soltar suas feras. Quem quiser tirar a mulher de 33 pra dançar, tem de dançar conforme a música que ela canta.
Se ela dança eu dançoSe ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
falei com DJ
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
Se ela dança eu danço
falei com DJ
pra fazer diferente botar chapa quente pra gente dançar
Me diz quem é a menina que dança e fascina,
que alucina querendo beijar
Se ela dança eu danço
balancei no balanço nesse doce encanto que me faz cantar
que é quando eu te vejo,deperta o desejo,
eu lembro do seu beijo e não paro de sonhar
Ela só pensa em beijar,beijar,beijar,beijar
E vem comigo dançar,dançar,dançar,dançar
Vem viver esse sonho,
eu te proponho até suponho vai se apaixonar
por essa alegria que contagia
A melodia que te faz dançar
Eu viajei no teu corpo
descobri o teu gosto
deslizei no seu rosto só pra te beijar
me dê uma chance quem sabe esse lance
vai virar um romance a gente vai namorar
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