Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quinta-feira, março 23, 2006

VanOr responde IV

Legenda tardia, o que é pior que ejaculação precoce: "Ma che pecatto!"

"Querida VanOr,

Há poucos dias, dei a minha primeira brochada. Na molengosa ocasião, eu tinha bebido que nem um gambá e fumado muuuuuita maconha, mas atribuo minha falha fálica à leitura regular do seu blog, que sempre põe o homem em seu devido lugar - ou seja, o último.

Não me sinto um cretino, nem sou um babaquara do tipo que volta pra ex-chantagista, mas confesso que a vítima de meu primeiro paumolismo foi uma amiga-meio-apaixonada que eu como toda semana (e eu sei que você vai criar caso com isso). Ainda assim, preciso de seu conselho: o que devo fazer para endurecer sem perder a ternura? Não quero deixar de te ler pois, apesar dos joelhaços no saco, você me ensina a ser um homem melhor; contudo, ao mesmo tempo, temo que tantos joelhaços fraturem definitivamente minha auto-estima de macho viril.

Por favor, me alumie! Mas poupe meu combalido saco de seu joelhaço cruzado de esquerda sem calcinha.

Homem sensível das cavernas"

VanOr responde:

Querido espécime em extinção,

Há tempos eu não lia um depoimento tão sensível de um homem. Pode soar paradoxal, mas... como a brochada engrandece o ser humano! Homem nenhum é homem antes de brochar pelo menos 10 vezes - e de preferência com mulheres diferentes, que se um homem brochasse 10 vezes comigo, eu matava o filho da puta. Você foi muito corajoso de me escrever pra relatar esse episódio, portanto, em vez de joelhaços, receberá meu apertado abraço carinhoso - um abraço 100% livre de medo-de-sarro, já que sua disfunção erétil me confere total segurança e maciez ao toque.

Agora vamos à questão que te aflige: você pode continuar a ler meu blog sem medo de perder a dureza, porque o que amoleceu esse dragão não fui eu, e sim as questões edipenianas a que te remeto (com o perdão do uso excessivo de verbetes sugestivos). O paumolismo, antes de ser o medo número um de onze em cada dez homens, é uma pausa obrigatória para a reflexão e o uso da cabeça cognitiva: estou sendo justo com minha amiga semi-apaixonada? Será que ela deveria saber que eu só quero comê-la e mais nada? Será que não está na hora de casar e ter filhos, antes que eu me torne um lamentável bêbado, drogado e brocha?

Pra diminuir seu medo de falhas, eu apenas sugiro, enquanto mulher que namorou uma meia dúzia de bêbados e emaconhados como você, que fume menos antes do ato e controle o nível de sangue no seu sistema etílico pra garantir a plenitude rígida do seu corpo cavernoso.

Por fim, devo dizer que, se você não se arrumar com sua semi-amiga, pode continuar escrevendo pro vanorresponde@gmail.com, com fotos de corpo inteiro. De repente, quem sabe?, a gente sai e toma um negocinho.

beijos e joelhaços trêmulos,

VanOr