Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, abril 21, 2006

A mulher de 33 já pensa em sua festa de 34.


Ok, faltam 3 meses, mas 3 meses é o tempo ideal pra se organizar uma festinha de aniversário. O processo todo vira uma longa festinha, em doses homeopáticas, sob a forma de reuniões semanais com amigos mediante esse pretextinho fraco. Amanhã encontrarei uma certa galera do bem numa festa (de aniversário) e vou sondá-los sobre o melhor dia pra comemorar o meu. Não quero fazer festa se alguém estiver fora do Rio, fico com muita preguiça de fazer festa pra neguinho faltar.

Minha festa de 30 anos foi uma das melhores da minha vida. Talvez a melhor depois da festa de um aninho, do Garibaldo & Vila Sésamo na AABB, que minha mamma diz ter sido foda, embora eu não consiga me lembrar de nada. E olha que eu não bebia naquela época.

Quando fiz 30 anos, eu morava numa república de profissionais liberais falidos em Santa Teresa, locada numa mansão antiga com escadaria de mármore, porão, quartos de 60m2, mata e piscina. Tudo caindo aos pedaços, comme il fault numa república de profissionais liberais falidos, mas tudo lindo e charmoso. Resolvemos, eu e Fafy, que comemorou 60 anos comigo, que seria uma festa psicodélica: da música aos canapés. O convite era um bilhete de embarque (embarque nessa viagem, tipo isso). Três dos meus house mates eram arquitetos, uma era produtora de festas e tinha um vizinho artista plástico voluntário que se juntou ao grupo pra me dar de presente a decoração e algumas instalações hilariantes. A mais singela delas era a "Vagina da Vanessa", uma criação do Cadu que consistia num corredor tubular de tecido vermelho na escada do térreo ao porão, cuja entrada era uma espécie de arco vermelho estofado por onde só passava uma pessoa (a vulva). Eu sempre quis ter uma vagina gigante onde eu pudesse colocar todos os meus amigos, e o mais legal era que, para chegar ao banheiro, o convidado tinha de passar pela experiência sensorial de atravessar a Vagina da Vanessa. Como dava acesso também ao fumódromo, minha Vagina foi um dos espaços mais badalados da festa. Minha avó achou o máximo.

Eu estava tão extasiada que me lembro de poucos detalhes do meu convescote de 30. No dia seguinte, me disseram que eu beijei geral na boca, homens e mulheres, mas sem língua - ou seja, pas si grave. Eu tava muito afetuosa naquele dia.


Quando eu fizer 34, já resolvi mais ou menos que quero uma festa beatnik numa livraria: servir café em vez de cerveja, ouvir a voz das pessoas em vez de música alta, coisas do gênero. Tudo pode mudar, porém, se eu estiver namorando até lá: embora saiba que isso é uma merda, sou muito influenciável. Se meu futuro namorado tentar me demover com uma conversinha do tipo "faz festa não, linda, vamos passar uma semana num resort nas Seychelles, só eu e você", juro que vou ficar balançada.