Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

segunda-feira, maio 01, 2006

A mulher de 33 e o exorcismo.

Mulher em TPM é mulher possuída. Não possuída no sentido bíblico, tesudo de ser, mas no sentido demoníaco mesmo, tipo pescoço girando 360 graus, eructações sulfúricas e lava de vulcão saindo pelas narinas. Eu estava assim até hoje à tarde, mas graças à persistência obstinada da minha melhor amiga, que me sacudia pelos ombros, me estapeava o rosto e gritava: "SAIA, DEMÔNIO, QUE ESTE CORPO NÃO LHE PERTENCE!"; à aromaterapia intensiva (com óleos essenciais de Patchouli, um composto pra "energia e vitalidade", um pra TPM e outro pra "alegria e festa"); a ervas medicinais de meu quintal, litros de vinho e quilos de chocolate; ao amor incondicional de meus peludos; ao terceiro melhor clima do mundo (que também é o clima maravilhoso do amor, como roga a lenda acerca de Miguel Pereira); e ao savoir vivre e bom papo da minha Cora madrinha, cá estou, exorcizada e pronta pra outro ciclo hormonal.

Putz. Mais uns dias assim e eu comprava uma vassoura voadora.

Resumo do finde, sem qualquer ordem ou progresso:

Essa aqui é a família de jacus que meu pai sustenta no telhado de nossa casa em Miguel. Jacu, pra quem não sabe, é uma ave esquisitérrima que tem o tamanho de uma galinha, jeitão de peru e a desenvoltura para pular em galhos de árvore de um sabiá. Pois bem: se até os jacus, que são feiosos, têm família (papai-jacu, mamãe-jacu e filhinhos), por que eu não haveria de ter?

O reino animal me enche de esperanças.


Três balzacas numa noite suja. Ana, Vivi e eu, ainda discretamente possuída pelo canhoto, mas tentando sorrir: todas médicas*, cheirosas e solteiras. Repare como a Ana parece com a Mira Sorvino e a Vivi parece modelo-menina-moça de comercial de xampu.

Eu sei que é péssimo o que eu vou dizer, mas saber que essas beldades estão na mesma luta inglória que eu - a busca pelo único macho viável, não galinha, não maluco, não idiota, não obcecado pela ex e não apavorado com a idéia de casar e ter filhos da face da terra - me faz sentir menos sozinha no mundo, menos Don Quixote e menos Polyanna Moça. Sabe como é?
*Eu e Vivi, médicas veterinárias; a Ana é médica comunzinha mesmo, de gente. UAHAUHAUHA!


Minha Princesa Radija e a caixa vazia de bis que os tinhosos velozes de minha TPM devoraram em dois milisegundos, sem deixar nadica pra elazinha.
Vivi, minha melhor amiga e fiel escudeira, fotografando tudo até a última ponta (técnica manjadérrima de exorcismo, que leva em conta a crença de que o coisa-ruinzinha não gosta de sair em foto).


A última palavra é sempre a menos banal: obrigada, amiga, madrinha dos meus filhos e cúmplice no assassinato do pai deles se o puto me trocar por duas de vinte.