Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

terça-feira, agosto 14, 2007

Viajar sozinha, ma non troppo.

Quando desembarquei em Amsterdam, onde tive de dar um tempo de umas 3 horas pra pegar meu vôo pra Lisboa, pensei, mas pensei forte: "Fudeu! Estou viajando sozinha pela primeira vez na vida!" Mentira, claro, que quando eu fui passar uns meses na Inglaterra, eu fui tao sozinha que tinha até um distinto senhor britânico me aguardando no aeroporto com uma placa que dizia "Ms Santos". Depois de duas horas conversando com ele, de Heathrow pra Bath, ficamos tao íntimos que eu esqueci que estava sozinha. No dia seguinte, tinha 3 amigos, no outro uns 10, e a coisa foi aumento em PA até que, após três meses em Bath, que a esta altura eu já considerava minha cidade natal desde criancinha, fui à Paris com minha tia e achei tudo um cu. Ora, onde já se viu um lugar onde nao tem pub e nem se fala inglês?!? Era o fim da picada, achei que Torre Eiffel de cu era rollé, mas enfim, eu era adolescente e, como todos sabem, adolescentes sao naturalmente ridículos. Eu melhorei 3% dos 19 pra cá, uma evoluçao digna de nota.

Ah, gente, nem sei por onde começar, com tanta coisa bacana aconteceu do dia 6 pra cá, a começar pelo Nelson, que me ajudou a fechar malas pra viagem, fez pizza enquanto eu arrancava meus cabelos com medo do excesso de bagagem e foi um fofo ao me ajudar a resolver um dos piores dilemas da minha vida: levar ou nao o laptop pras férias? Como toda pessoa que nao usa camisa de força nem toma lítio com eletrochoque no café da manha, eu bem sei que nao se leva ovo pra churrasco e nem trabalho pras férias, mas juro fiquei na dúvida até o fim, apesar dos conselhos sábios dos meus amigos. Morri de medo de me enjoar das músicas do iPod e nao ter como mudá-las, mas quer saber: só usei o radinho um única vez até hoje. Aqui, quero ouvir os sotaques, o barulho quase inexistente dos carros e o canto dos passarinhos, que cá nao gorjeiam como lá, ora pois pois.

Depois teve o Fábio, que me esperava, lindo e maravilhoso, com uma xícara de espresso na mao, no aeroporto de Lisboa. Ele tem mais dois room mates, a Carol e o Alê, e quando eu cheguei, ainda havia duas amigas deles passando uns dias, a Evelyne e a Yadranca. Ou seja: sozinha é o carajo! Pra melhorar a galeritude, logo que cheguei consegui falar com a TeAmo, Cristina e Adriana, queridas que moram em Lisboa, onde neste momento também se encontra o Nelsinho. Nao estou aqui pra matar ninguém de inveja -- só porque meus amigos sao lindos e os melhores do mundo --, longe disso, mas estou extremamente empolgada com a expectativa de poder reunir todos esses queridos em Portugal com a brasuca-alema Moni-k-R, que apesar de gripada (espero que já esteja melhor, minha linda), está mega disposta a vir ao nosso encontro. Meu praticamente descartável vodafone português promete facilitar ao máximo essa logística. Que dure até o fim, pois.

Aqui em Madri, Simba e Renato André me esperavam na porta da estaçao de metrô que liga, em cinco míseros minutos, a rodoviária às cercanias do meu amigo de adolescência. Simba e eu nos apaixonamos perdidamente, foi amor à primeira vista, mas todos sabem que eu tenho uma queda por labradores, e eles nem precisam ser neguinhos pra despertar meu amor mais profundo. Amanha vou conhecer a veterinária do meu novo namorado canino, que senta, deita, rola e se faz de besta pra comer tudo que ele nos vê levando à boca, como é tipo dos caras dessa raça. A vida dele vai piorar bastante, porque a primeira coisa que eu cortei de sua dieta foi o chocolate, que em princípio será substituído por passeio, carinho e outras coisas que denotam amor de um dono pelo cao.