Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sábado, dezembro 01, 2007

Como o diabo gosta.

Estou aqui em minha cama, com um copo old fashioned de French Connection numa mão e uma garrafa de beaujolais ao alcance (just in case), Sonya em meu colo, extamente como os laptops devem se portar, pronta pra escrever o que não quis escrever nas últimas semanas, na débil esperança de que a vida melhoraria, mas -- surprise, surprise! -- ela não melhora nunca.

Uma mulher lutou com um ladrão por sua bolsa. Foi proclamada rainha remida do bairro, mas se recusa a aparecer na TV com medo de ser rastreada e aniquilada pelos amigos dos amigos. Vocês sabem o que é "amigo dos amigos": o Lula é amigo do Chavez, que é amigo da ditadura, e por aí vai. Tem muita grana, poder e potencial bélico por trás dos amigos dos amigos, em todos os níveis e nichos de corrupção.

Se eu fosse essa mulher que lutou por sua bolsa, posava nua pra playboy, dava entrevista pra Luciana Gimenez, iria ao Faustão e ainda faria uma ponta numa novela das oito, só pra não deixar passar em branco que sexo frágil de cu é rola, por mais contraditório que posar pra playboy possa parecer nesse contexto. Chamemos essa estratégia de mídia intensiva de outra coisa, pra que não caiamos no lugar comum do "toda vaca que se preze posa pra playboy ou faz uma ponta na Globo". Mídia é mídia, e clipagem se mensura em exemplares vendidos e centimetragem, e caras, contigos e fatos & fotos sempre têm mais centímetros que uma notinha numa coluna escrota social qualquer.

E já que meu superego foi pro raio que o parta, vou falar aqui o que acho das colunas sociais: odeio todas. E mais não digo pra não deixar de ser convidada pra festas e quetais, embora isso raramente aconteça por motivos de trabalho maior (eu sempre trabalho cedo no dia seguinte). O jet set não precisa acordar cedo, mas eu preciso. Então foda-se o jet set, que só será digno do meu amor quando conhecer as luzes da alvorada em circunstâncias não festivas.


O French Connection me fez perder o medo do Amaretto. Beneditta seja a França, pela invenção acidental do brandy e pelo drink que ora bebo, e bendita seja a Espanha, por ter um rei como os de contos de fadas, que mandam o vilão calar a boca e lhe arrancam o coração populista em público, pro delírio da plebe rude.


Eu sou rude, eu sou plebe e eu estou visivelmente em busca de uma droga pesada o bastante pra me livrar dessa clausura angustiante que é a vida.

Talvez a Luciana Gimenez, talvez o Faustão ou, quem sabe, a novela das oito? Há dias em que sonho com suco de cicuta; outros em que sonho com um French Connection de licor de cianetto. O gosto não há de ser diferente.

PS: ainda bem que eu não tenho mais que ler as merdas que o adsensoderidículo fará com os posts que escrevo. Capaz dele começar a vender aqui o site de fofocas da Dirce me disse ou até revistas da editora April.