A grande marcha
Um dilema me atormenta há dias: escrever ou não sobre a Marcha da Maconha? Eu queria muito escrever sobre a Marcha da Maconha, mas como esse papo de fazer apologia ao crime é caidaço e eu sou totalmente contra, sentia uma preguiça de me indispôr com a moral e os bons costumes!... Anyway, escrevendo sobre isto ou não, se eu desse de ter preguiça e fome ao mesmo tempo, inevitavelmente seria acusada (sim, porque as pessoas acusam sem saber!) de estar re-al-men-te fazendo apologia ao crime, porque afinal preguiça + fome = larica, e larica está pra maconha assim como "ô, meu" está pra paulista: não que um não exista sem o outro, mas que é raro, é.
Então decidi que longe de mim divulgar uma barbaridade dessas -- imagina, UMA MARCHA SÓ PRA SOCIEDADE DEBATER A DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA --, até porque isso promete ser um tremendo auê no Arpoador (e em outras nove localidades brasileiras) no dia 04 de maio, domingo, às 14h, e, como todos sabem, tumulto e experiências antropológicas não são comigo.
Aliás, nesse mesmo dia eu vou correr uma provinha de 5km, que eu tenho mais o que fazer que defender os interesses de toda uma classe de marginais fora-da-lei, essa cambada de maconheiro safado e sem-vergonha: eu também corro. (e nas horas vagas, divulgo coisas sem querer-querendo)
Aliás, já que eu toquei discreta e delicadamente no assunto, o blog da marcha tem link pra um debate do Estadão sobre essa coisa abominável que eu, por toda minha lentidão de caráter, jamais farei: panfletar a marcha da maconha é crime?
Sei que não deveria me inspirar na famiglia Nardoni numa hora dessas, mas se apesar de toda minha inocência este blog cair no pente fino da linha dura e sair do ar nas próximas horas, por favor lembrem o Arthur Lavigne daquele problema grave da minha dislexia: às vezes eu troco tanto as letras que acabo escrevendo -- ou panfletando -- o que não quero.
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