Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quarta-feira, março 08, 2006

A boa de ser toda boa.


Este Dia Internacional da Mulher me tocou profundamente. Talvez eu tenha sentido e usado este verbo (tocar), porque o nosso exame ginecológico regular mais obrigatório se dá por meio de toque. E o toque é tocante. Ser mulher é tocante. A gente sente coisas, pressente coisas e percebe coisas de um jeito que faz os homens nos olharem como alienígenas muitas vezes.


Não somos paranóicas, somos sensíveis.


Não somos neuróticas, somos preocupadas.


Não somos exageradas, somos engraçadas. E a graça do mundo está na gente.

Temos endosso hormonal pra fazer a louca todo santo mês e ninguém pode nos internar por isso. A gente chora e grita sempre que necessário, e só Deus sabe o quanto é sempre necessário. Porque trazemos no ventre o milagre da vida, conhecemos integralmente o sentido do perdão. Talvez perdoemos mais do que deveríamos, mas isso também nos faz mais lindas e incríveis e etéreas.

Se eu nascesse homem, me chamaria Leandro. E faria um sex-change, mais tardar, aos 18 anos. Até lá, eu seria um homem completamente gay, sem dúvida alguma. Meu destino é ser mulher. Minha inteligência é feminina, meu instinto é acasalador, minha agressividade é maternal.


Hoje olhei com deleite todas as mulheres que passaram por mim. Beijaria todas na boca, porque são todas lindas, de uma forma ou de outra: ou porque usam a unha do pé comprida, ou porque têm uma pequena hipótese de barriga pulando pra fora da calça justa, ou porque têm uma boca incrível, ou porque exalam feminilidade, ou porque têm aquele olhar vago, sempre pensando no ser amado - mais do que o ser amado jamais pensaria nelas, porque as mulheres aprenderam a amar em um planeta jamais pisado pelo homem.

Passei pelo Pão-de-Açúcar de ônibus e pela primeira vez achei que o maior ícone de nossa cidade é uma representação perfeita de um seio negro bem pontudo, como os daquelas africanas coloridas do Discovery Channel, onde a plataforma de embarque do bondinho seria um mamilo super proeminente.


A mulher é onipresente, a mulher é onisciente, a mulher é divina. Eu amo a mulher, eu amo ser mulher e amo tudo o que já foi escrito por poetas e Poetinha sobre a mulher.


Parabéns, garotas, por serem vocês quem vocês são. Parabéns, rapazes, por apreciarem as mulheres que vocês têm.