Coelhinho, se eu fosse como tu...
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Esta Páscoa foi super divertida, porque eu mantive a tradição de subir a serra com uma galera bacana. Juntei dois casais queridos e uma amiga nova, bonita, solteira e revoltada contra o gênero humano por causa de uma babaquara qualquer (mas, como eu, está naquele limbo em que nem gosta mais de homens, nem consegue ser evoluída o bastante pra ser lésbica).
A Marina e o André, que fazem brotar uma sementinha de esperança em qualquer pessoa descrente na reprodução não-acidental de seres humanos no século XXI, estão apaixonados a ponto de dar opilar o fígado de pessoas amarguradas (mas visionários pensam grande: pensam que o mundo só vai acabar depois que eu me casar, por exemplo), passavam o dia fazendo brincadeirinhas fofas de amor. A Marina, pro meu deleite, só se comunicava com o namorado através de rimas inusitadas, como: "Bonitinho, se eu fosse como tu, saía daí onde você tá e sentava aqui do meu lado." Eu sempre ouvia esses versinhos e pensava, cá com meus botões, gargalhando por dentro (e achando tudo muito fofo): amar é perder a noção da rima. E da crítica externa, pra não dizer o óbvio. Obviamente, eu provavelmente não amo ninguém desde batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão, se você me trair ou voltar pra ex, vou cortar teu saco e te fazer comer teus bagos, filho da puta!
A fome é o melhor tempero, já dizia a Adriana.
Fizemos um rali no sábado à noite. Levamos 1h20 pra fazer Paty-Itaipava. Chegando lá, comemos um crepe, ouvimos uma bandinha local com cozinha e sax bastante honestos, reclamamos da conta exorbitante (básico!) e voltamos pra Miguel Pereira. O Raul, que faz rali há 3 anos, mas estava sem bússola e mapa, só contando com o instinto uterino de 3 mulheres distraídas numa estrada de terra sem placas e bêbados nativos para dar informações desencontradas, decidiu que nossa estratégia para chegar ao destino era seguir a Lua. Seguimos a porra da Lua e nos perdemos algumas vezes por causa disso, pois me parece que, às vezes, essa porcaria de satélite desgovernado muda de lugar. Ou vai pra lugares onde simplesmente não há estrada, nem pra 4x4, nem pra 5x5, nem pra 6x6. Na volta, o rali foi BEM mais fácil, porque decidimos que nos afastaríamos da Lua em vez de persegui-la, e fizemos o trajeto na metade do tempo. Foi uma puta vivência zen-taoísta: o caminho, e não o destino, é o objetivo. E quanto mais fodido o caminho, melhor, mas isto já é o zen-taoísmo dos adeptos de rali. Só fizemos essa loucura de 2h de deslocamento tresloucado, no meio do mato -- eu morta de medo de atropelarmos um cachorro, uma vaca ou uma coruja e ter de trabalhar em pleno feriado -- pelo rally. E foi bom pra melancia!
Como a única, primeira e última visionária homologada do Brasil, decreto que doravante a palavra melancia deverá ser usada no lugar de caralho enquanto e a nível de interjeição de espanto, choque, incredulidade e locução adverbial de intensidade. Quem muito caralho diz, muito caralho leva. O Universo tudo ouve e tudo devolve, mas nem sempre onde e quando a gente espera. Sobretudo, nem sempre com equipamento de proteção individual devidamente lubrificado. O Universo, galera, é foda pra melancia. E anotem o que eu estou prevendo antes de qualquer outro charlatão não homologado e não sindicalizado: o Brasil será o maior exportador mundial de melancia nos próximos 6 meses se todos trocarem o caralho* pela fruta.
Como toda visionária que se preze, já comecei a plantar melancias no meu quintal.
*É bom observar que estou falando da palavra, e não do dito cujo (e eis que há um abismo de diferença entre caralho, benga, pau, pica, piru, pênis, pinto, pintinho, bilau e bilu, mas isto é assunto pra outro post). Se eu fosse homem, não trocaria meu caralho (se eu fosse homem, defintivamente teria um caralho, jamais um pênis!!!) por uma fruta. Eu, que sou mulher e freqüento sex-shops, sei bem a diferença de preço entre as duas coisas.
A Marina e o André, que fazem brotar uma sementinha de esperança em qualquer pessoa descrente na reprodução não-acidental de seres humanos no século XXI, estão apaixonados a ponto de dar opilar o fígado de pessoas amarguradas (mas visionários pensam grande: pensam que o mundo só vai acabar depois que eu me casar, por exemplo), passavam o dia fazendo brincadeirinhas fofas de amor. A Marina, pro meu deleite, só se comunicava com o namorado através de rimas inusitadas, como: "Bonitinho, se eu fosse como tu, saía daí onde você tá e sentava aqui do meu lado." Eu sempre ouvia esses versinhos e pensava, cá com meus botões, gargalhando por dentro (e achando tudo muito fofo): amar é perder a noção da rima. E da crítica externa, pra não dizer o óbvio. Obviamente, eu provavelmente não amo ninguém desde batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão, se você me trair ou voltar pra ex, vou cortar teu saco e te fazer comer teus bagos, filho da puta!
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A fome é o melhor tempero, já dizia a Adriana.
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Fizemos um rali no sábado à noite. Levamos 1h20 pra fazer Paty-Itaipava. Chegando lá, comemos um crepe, ouvimos uma bandinha local com cozinha e sax bastante honestos, reclamamos da conta exorbitante (básico!) e voltamos pra Miguel Pereira. O Raul, que faz rali há 3 anos, mas estava sem bússola e mapa, só contando com o instinto uterino de 3 mulheres distraídas numa estrada de terra sem placas e bêbados nativos para dar informações desencontradas, decidiu que nossa estratégia para chegar ao destino era seguir a Lua. Seguimos a porra da Lua e nos perdemos algumas vezes por causa disso, pois me parece que, às vezes, essa porcaria de satélite desgovernado muda de lugar. Ou vai pra lugares onde simplesmente não há estrada, nem pra 4x4, nem pra 5x5, nem pra 6x6. Na volta, o rali foi BEM mais fácil, porque decidimos que nos afastaríamos da Lua em vez de persegui-la, e fizemos o trajeto na metade do tempo. Foi uma puta vivência zen-taoísta: o caminho, e não o destino, é o objetivo. E quanto mais fodido o caminho, melhor, mas isto já é o zen-taoísmo dos adeptos de rali. Só fizemos essa loucura de 2h de deslocamento tresloucado, no meio do mato -- eu morta de medo de atropelarmos um cachorro, uma vaca ou uma coruja e ter de trabalhar em pleno feriado -- pelo rally. E foi bom pra melancia!
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Como a única, primeira e última visionária homologada do Brasil, decreto que doravante a palavra melancia deverá ser usada no lugar de caralho enquanto e a nível de interjeição de espanto, choque, incredulidade e locução adverbial de intensidade. Quem muito caralho diz, muito caralho leva. O Universo tudo ouve e tudo devolve, mas nem sempre onde e quando a gente espera. Sobretudo, nem sempre com equipamento de proteção individual devidamente lubrificado. O Universo, galera, é foda pra melancia. E anotem o que eu estou prevendo antes de qualquer outro charlatão não homologado e não sindicalizado: o Brasil será o maior exportador mundial de melancia nos próximos 6 meses se todos trocarem o caralho* pela fruta.
Como toda visionária que se preze, já comecei a plantar melancias no meu quintal.
*É bom observar que estou falando da palavra, e não do dito cujo (e eis que há um abismo de diferença entre caralho, benga, pau, pica, piru, pênis, pinto, pintinho, bilau e bilu, mas isto é assunto pra outro post). Se eu fosse homem, não trocaria meu caralho (se eu fosse homem, defintivamente teria um caralho, jamais um pênis!!!) por uma fruta. Eu, que sou mulher e freqüento sex-shops, sei bem a diferença de preço entre as duas coisas.
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