Diálogo insólito 2

Ela: Lembra quando eu fiz as contas do número de homens com quem tinha trepado, assim, sem levar em consideração se eu trepei por amor ou por desejo carnal?
Ele: Putz, nem me lembre disso... Era meio a meio. Foi foda saber que você é metade paixão e metade tesão. Mas sim, lembro sim. Infelizmente, pro meu desalento.
Ela: E você... era que número, mesmo?

Ele: 37. Nunca mais vou me esquecer: "37 é um número cabalístico". Vai ver que eu significo alguma coisa pra você.

Ela: Pois é. Eu tenho uma coisa muito séria pra te dizer: já estou no 38. Tecnicamente, se eu voltar a transar com você, você continuará sendo o 37, pois uma vez 37, sempre 37. Mas sabe que é raro eu voltar a dar prum cara que me trocou pela ex? Eu costumo odiar esses caras, com todas as minhas forças, pro resto da vida. Mas, engraçado... eu não odeio você. Só te acho fraco. Com a cabeça fraca. A mente fraca, saca?
Ele: Pera... Peraí. Quando, exatamente, rolou o 38?
Ela: Logo depois que você voltou pra ex.
Ele: Mas agora a gente se separou de vez, não tem volta! Quando foi que rolou o 38?!?
Ela: Ah, pára com isso... eu não sou ligada em datas. Só me lembro que, num belo dia, você me deixou com uma mão na frente e outra atrás, aí tinha uma meia dúzia de homens que vivia me telefonando, e eu decidi dar pra um deles. Escolhi no unidunitê, porque estava apaixonada por você e pra mim tanto fazia. Até que escolhi bem: trepada nove, papo três, média seis, então passou.
Ele: Caralho. Não tou acreditando, bicho. Você é sórdida!
Ela: Como assim? Eu nem estou apaixonada pelo 38, quanto menos noiva! Tanto, que já estou pensando no 39. Só vim te ver hoje pra saber se iria rolar um revival do 37.
Ele: (silêncio sepulcral)
Ela: É, parece que não. C'est la vie, minha filha. Uma coisa que não entra na minha cabeça é esse orgulho que vocês, homens, têm. Mulher rasteja muito mais por muito menos.