Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, março 23, 2007

O dia em que conheci meu guru.

Daisy, a Boneca Emília e o Fran.


Eu disfarço bem, mas nesse dia eu tinha acabado de implorar de joelhos pra ser eutanasiada. Desci aos prantos e barrancos a rua da minha joelhaçoterapeuta, que se despediu de mim no portão dizendo: "Tu não precisas de remédio, só precisa cuidar desse teu ¨%*&%¨*" (eu digo o nome da santa, mas não revelo, nem sob tortura, a doença mental sinistra que eu descobri que tenho).

No caminho, na frente da Escola Parque, più o meno, um homem de meia idade olhou pro meu figurino esquizóide e mandou à queima roupa, apesar d'eu estar de óculos escuros e berrando de tanto chorar: "Ó, vai ter Feira Hype neste final de semana lá no Jockey."

Sem saca: recuperada do choque, após alguns segundos (Como assim? O que o cu tem a ver com as calças, meu amigo?!?), eu tive de parar de chorar um pouquinho (só) pra ter um acesso de riso. Veja bem, meu senhor: eu estou aqui em frangalhos, descendo a ladeira (em todos os sentidos), e vosmecê me vem com propaganda de diabo de Feira Hype numa hora dessas? Parla sério, vai!

Nem preciso dizer que fiquei tão surtada que tive de comprar um brinquinho na primeira loja por onde passei.

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Horas mais tarde, conheço o Fran, meu novo guru. Eu tenho medo do Fran, pra falar a verdade. Ele é tão sinistro, que em vinte minutos de conversa, me fez querer largar tudo pra ir para a China, comer gafanhoto (cachorro, não), ser vegetariana, falar mandarim, entender Buda, quem é Buda, o que diabos Buda pensa da vida e entender tudo sobre esse tal de Tao. Sem falar na acupuntura. Eu quero trocar todos os meus vícios por agulhadas. Eu quero o desapego pra mim!!!

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Obrigada, Daisy! Obrigada, Fran!

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Este post vai com carinho especial pra Adriana, prima da Daisy que mora overseas, me lê com freqüência (e ainda não pirou por causa disso) e acaba descobrindo que sua querida margarida está namorando um gato tudibom por causa da minha língua (digo, teclado) de trapo.

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Estou numa fase Boneca Emília, não reparem. Tudo pra mim é trapo: tiara, auto-estima e até língua. Se pintar um pó de pirlimpimpim, podem sumir com ele da minha frente, senão eu vou acabar cheirando. Não sou adepta de cafungadas estranhas, mas trapos são criaturas que retêm pó como ninguém.