Puppy-talk
Depois do tatibitati, do baby-talk e do talk-show para donas de casa, estava na hora de o puppy-talk ser oficializado. Valendo-me de arguta sapiência lingüística especializada na comunicação com criaturas peludas que fazem au-au, cheguei às três regras de ouro da gramática canibitati ou, como diria Shakespeare, puppy-talk:
1. Use sua voz mais ridícula para falar com um cão de igual pra igual. Cães são criaturas naturalmente ridículas, então se tentamos falar com eles com nossa voz de pedir aumento ou de mandar o coleguinha de trabalho papôrra, os canídeos podem entender nossa tentativa de comunicação como uma ameaça, e você nunca os verá inclinando a cabeça fofa pro lado, como se entendessem tudo, nesse contexto hostil.
Observação importante: se a sua voz ridícula é igual a do Pato Donald ou da Minnie Mouse, faça fonoterapia e descubra suas potencialidades vocais, mas nunca, em hipótese alguma, subestime a inteligência de um cão dessa maneira.
2. Esqueça as preposições e algumas consoantes. Simplifique. Os cães não têm memória fonética pra decorar tantos sons como nós, então facilite-lhes a vida trocando metade pelo simples e bom "t", de tatibitati. Dessa forma, clichês como "Quem quer ir no passeio?" ou "Eu sou apaixonada por você" viram, respectivamente, em bom canibitatês: "Tem té iru passeio titia?" e "Titia passonada ocê". Se você falar assim com um cão e ele não virar a cabecinha fofa pro lado, com as orelhas em sua direção, recorra à terceira e última regra de ouro da comunicação amistosa entre humanos e caninos;
3. Bata palminhas de leve e estale a língua para acordar seu peludo efusivamente. Deixo-o espreguiçar-se em suas pernas e ofereça-lhe a orelha para uma ou duas lambidas intercaladas por bocejos. Gaste seu canibitati e, se ainda assim o peludo não estiver com a cara exata de quem entende tudo o que é dito, apele ao estômago de seu amigo e mostre-lhe quem tem o quibe na manga nessa casa. Nenhum cão resiste ao apelo de um quibe bem letrado.
1. Use sua voz mais ridícula para falar com um cão de igual pra igual. Cães são criaturas naturalmente ridículas, então se tentamos falar com eles com nossa voz de pedir aumento ou de mandar o coleguinha de trabalho papôrra, os canídeos podem entender nossa tentativa de comunicação como uma ameaça, e você nunca os verá inclinando a cabeça fofa pro lado, como se entendessem tudo, nesse contexto hostil.
Observação importante: se a sua voz ridícula é igual a do Pato Donald ou da Minnie Mouse, faça fonoterapia e descubra suas potencialidades vocais, mas nunca, em hipótese alguma, subestime a inteligência de um cão dessa maneira.
2. Esqueça as preposições e algumas consoantes. Simplifique. Os cães não têm memória fonética pra decorar tantos sons como nós, então facilite-lhes a vida trocando metade pelo simples e bom "t", de tatibitati. Dessa forma, clichês como "Quem quer ir no passeio?" ou "Eu sou apaixonada por você" viram, respectivamente, em bom canibitatês: "Tem té iru passeio titia?" e "Titia passonada ocê". Se você falar assim com um cão e ele não virar a cabecinha fofa pro lado, com as orelhas em sua direção, recorra à terceira e última regra de ouro da comunicação amistosa entre humanos e caninos;
3. Bata palminhas de leve e estale a língua para acordar seu peludo efusivamente. Deixo-o espreguiçar-se em suas pernas e ofereça-lhe a orelha para uma ou duas lambidas intercaladas por bocejos. Gaste seu canibitati e, se ainda assim o peludo não estiver com a cara exata de quem entende tudo o que é dito, apele ao estômago de seu amigo e mostre-lhe quem tem o quibe na manga nessa casa. Nenhum cão resiste ao apelo de um quibe bem letrado.
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