Um hóspede do barulho
Porque não está fácil pra ninguém; porque entre uma babá que ama crianças e uma babá que ama crianças e tem diploma de Medicina, geral prefere a segunda opção; porque eu prefiro as crianças peludas que não aprendem a falar nunca; e porque nesta época do ano tem sempre alguém desesperado atrás de um bom hotel para cães, eu estou hospedando aqui em casa, há quase 3 semanas, um peludo da raça Pug.
Os pugs foram alçados ao estrelato graças a MIB II, um filme sobre alienígenas. Agora que eu estou completamente enamorada de um desses, acho uma tremenda injustiça a crítica fenotípica que fizeram à raça no filme. Imagino que o rótulo de "estranho" ou "extra-terrestre" caberia melhor ao Ministro Lobão do que a um cão propriamente dito. No entanto, embora perfeitamente normal (mas não necessariamente lindo, como a Princesa Radija), quando chegou à minha casa, o pug parecia uma fonte inesgotável de ruídos. A ausência do nariz tem lá suas seqüelas sonoras, e confesso que levei cerca de três dias para deixar o estetoscópio de lado toda vez que ia ter com o peludo, pois toda pequena emoção dele parecia o prenúncio de uma síncope cardíaca.
Quando ele chegou, estava meio gordo, mas eu também estava. Entramos num regime e emagrecemos, juntos, 3,5kg em 3 semanas. Estamos ótimos e temos uma vida perfeitamente saudável: passeamos de 5 a 7 vezes por dia, comemos um porção enxuta de comida na hora certa, bebemos bastante água, escovamos diariamente os dentes e os cabelos, enfim, somos dois cães com hábitos salutares de vida.
Meu pai, quando o viu pela primeira vez, foi duro: decretou que o Pug era um erro de projeto. Hoje, mais apaixonado pelo pituco do que sua macheza permitiria, meu véi-pai se redime, deixando o pituco se alongar em seus joelhos, fazer pipi em seus arquivos e espirrar perdigotos em seus pés.
Super tímido no início, o pug já aprendeu a: rosnar; brincar de violência; correr; andar de ré; enfiar a cabeça na coleira; a ser simpático com o amiguinho de igual tamanho; a não avançar nos amiguinhos 30 kg mais pesados; a ficar quietinho quando escova os dentes; e a empacar ao pé de ladeiras, para pedir carona no meu colinho mágico. Eu olho pra esse manatee canino e não tenho como recusar qualquer coisa que aqueles olhinhos ligeiramente esbugalhados me peçam. É incrível como um bichinho muda toda a vida da gente, transforma nossa casa no centro do universo, o lugar onde a gente tem de chegar logo, senão algum peludo ficará desapontado.
Minha mãe não quer mais que eu hospede cães aqui. A gente se apega, eles se vão e, depois, dificilmente escreverão um postal, mandarão uma foto, enfim. Sofrimento.
Os pugs foram alçados ao estrelato graças a MIB II, um filme sobre alienígenas. Agora que eu estou completamente enamorada de um desses, acho uma tremenda injustiça a crítica fenotípica que fizeram à raça no filme. Imagino que o rótulo de "estranho" ou "extra-terrestre" caberia melhor ao Ministro Lobão do que a um cão propriamente dito. No entanto, embora perfeitamente normal (mas não necessariamente lindo, como a Princesa Radija), quando chegou à minha casa, o pug parecia uma fonte inesgotável de ruídos. A ausência do nariz tem lá suas seqüelas sonoras, e confesso que levei cerca de três dias para deixar o estetoscópio de lado toda vez que ia ter com o peludo, pois toda pequena emoção dele parecia o prenúncio de uma síncope cardíaca.
Quando ele chegou, estava meio gordo, mas eu também estava. Entramos num regime e emagrecemos, juntos, 3,5kg em 3 semanas. Estamos ótimos e temos uma vida perfeitamente saudável: passeamos de 5 a 7 vezes por dia, comemos um porção enxuta de comida na hora certa, bebemos bastante água, escovamos diariamente os dentes e os cabelos, enfim, somos dois cães com hábitos salutares de vida.
Meu pai, quando o viu pela primeira vez, foi duro: decretou que o Pug era um erro de projeto. Hoje, mais apaixonado pelo pituco do que sua macheza permitiria, meu véi-pai se redime, deixando o pituco se alongar em seus joelhos, fazer pipi em seus arquivos e espirrar perdigotos em seus pés.
Super tímido no início, o pug já aprendeu a: rosnar; brincar de violência; correr; andar de ré; enfiar a cabeça na coleira; a ser simpático com o amiguinho de igual tamanho; a não avançar nos amiguinhos 30 kg mais pesados; a ficar quietinho quando escova os dentes; e a empacar ao pé de ladeiras, para pedir carona no meu colinho mágico. Eu olho pra esse manatee canino e não tenho como recusar qualquer coisa que aqueles olhinhos ligeiramente esbugalhados me peçam. É incrível como um bichinho muda toda a vida da gente, transforma nossa casa no centro do universo, o lugar onde a gente tem de chegar logo, senão algum peludo ficará desapontado.
Minha mãe não quer mais que eu hospede cães aqui. A gente se apega, eles se vão e, depois, dificilmente escreverão um postal, mandarão uma foto, enfim. Sofrimento.
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