Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sábado, agosto 01, 2009

Com a palavra, o especialista em orientação vocacional.

Chamem de TPM, chamem de saudades do Jerônimo, chamem de dúvida (afinal, eu fiz a coisa certa ou fiz a coisa errada e acabei me acertando pelo caminho?), mas desde ontem eu estou especialmente chorosa e emotiva com a temática "o que vou ser quando crescer".

Chorosa porque, até hoje, aos 37, eu me pergunto isso. Gosto de pensar que eu talvez eu seja um tipo exótico de pessoa que cresce sempre, até porque eu demitiria meu superego mau antes de deixá-lo insinuar que eu não cresço nunca. Já fui vendedora, professora, tradutora, modelo artístico, babá de cachorro, redatora e adestradora, então não dá pra dizer que eu não circulei por aí experimentando coisas, mas depois de experimentar um monte, eu sempre volto pro porto seguro da peludoterapia ocupacional: a veterinária.

Hoje de manhã, encontrei uma quantidade impressionante de comentários comoventes no texto da minha crise vocacional. Um deles, em particular, me chamou a atenção por sua sobriedade, e por isso eu gostaria de destacá-lo aqui para que todos possam ler, mesmo sem saber abrir a caixa de comentários.

Com a palavra, Silvio Bock:

Como profissional da Orientação Profissional posso dizer que sua história é bastante interessante e elucidadora para quem vive o momento desta decisão.


Testes vocacionais que como você diz tentam avaliar se as pessoas são humanas, exatas ou biomédicas, são abstrações.


A escolha profissional é atravessada por conhecimentos e afetos como você claramente demonstra.


Seu texto ainda ajuda a desmistificar a idéia de uma vocação, que seria um chamado (religioso ou interno) como se fosse uma missão.


Você mostra claramente que formamos imagens das profissões ao longo de nossa vida (e estas imagens contem conteúdos afetivos), tipo do veterinário que vive aventuras mexendo com leões ou "escritores", jornalistas a partir da sugestão de um professor.


Na hora da escolha estas imagens são mobilizadas e valoradas. Mas a pessoa não deve decidir apenas em cima desta "cara" construída, como nós denominamos. Sim, as profissões têm "cara" para cada um de nós. A partir delas devemos buscar muitas informações para ampliar e conferir esta(s) cara(s). Não podemos deixar de pensar em nós (quem somos e quem pretendemos ser). Também devemos analisar a situação social e econômica do país para termos clareza do que é de nosso âmbito como pessoa que escolhe lidar ou modificar e o que é de nossa pessoa como cidadão(ã) buscar modificar junto com os demais cidadãos.


Em última instância a escolha é um genuíno ATO DE CORAGEM de seguir um caminho e não o outro.


Parabéns por contar sua história.


Silvio Bock

PS: Obrigada, Silvio.