Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

segunda-feira, julho 20, 2009

Paraíso astral

Estou super acostumada a reclamar de inferno astral -- aquela turbulência existencial que as criaturas normais (sei...) em vias de completar anos atravessam --, mas este ano eu sequer me lembrei disso.

Estava entretida demais com meu idílio amoroso pra pensar em inferno. No lugar onde eu passei as últimas semanas, era muito mais fácil pensar em anjinhos barrocos com o pinto fofucho de fora, balões vermelhos em forma de coração atravessando o céu azul lentamente e nuvens de algodão doce branquinho acolchoando as quinas invisíveis do firmamento. E muitos peludos, claro, porque no meu ideal de expresso-paraíso, o condutor é cachorro, o bilheteiro é cachorro, o contra-regra é cachorro, o ator coadjuvante é cachorro, o diretor é cachorro e o assistente de direção é gato pacas (porque é, afinal, o meu gato).

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37 anos e corpinho de 28. Quando meu corpo finalmente balzaquear, ainda estarei a uns 10 anos do pior inferno astral da mulher pós-moderna, que passa, entre outras chatices, pelo dilema da prioridade plástica: quem precisa ser içado primeiro: o rosto, a barriga, a bunda ou os peitos?

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Alguma coisa atual sobre a qual eu possa reclamar no momento? . No trabalho, tudo ótimo; no amor, tudo ótimo; na saúde, tudo otimizado (porque é só uma ite qualquer se assanhar, que eu me entupo de remédios e fico ótima); nas finanças... caraca, o que foi aquele gol do Emerson aos 43 do segundo tempo?!?

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Pô, tá tudo tão bem que eu vou pra Sampa amanhã e nem estou reclamando! Tudo bem que foram necessários 37 anos, mas acho que agora eu finalmente me tornei uma mocinha.