Quando o cansaço derrota uma criatura.
Estou com medo de entrar em extinção: não tenho mais forças nem para sair da cama. E voz? Não tenho mais voz nem mesmo pra jogar conversa fora. Estou um bagaço completo. Arrumei umas olheiras. Começo a duvidar da minha capacidade de voltar a levar uma vidinha saudável, do tipo "bom é não fumar, beber só pelo paladar". Preciso de desintoxicação na veia! Talvez eu também precise de uma cirurgia de redução de estômago para perder 6kg, porque qualquer coisa que eu faça sob anestesia será mais fácil que essa trabalheira toda de acordar cedo, trepar numa bicicleta que não sai do lugar ao som de U2 e fingir que estou subindo o Sumaré às 7h da manhã. It's a beautiful day my ass! Tudo parece fácil pra quem tem 10% de gordura corporal.
O último livro do Saramago que chegou às minhas mãos continua não lido (também, tendo a morte como tema, não era este mesmo o melhor momento). Não li as previsões astrológicas pro meu signo, meu signo ascendente e meu signo lunar em 2006. Não marquei consulta com o puto do tarólogo que tinha me garantido que eu encontraria o pai dos meus filhos no início de 2006 (o tempo está passando, já estamos no dia 07 de janeiro, e até agora, nada!). Não fiz a sopa milagrosa da Adriane Galisteu, que faz uma mulher perder até 5kg em uma semana. Enfim, eu não estou de parabéns. Estou muito preguiçosa, e se tem uma coisa que me revolta é a preguiça.
Estou também com um pouquinho de raiva do futuro pai dos meus filhos, que deve ser um preguiçoso de marca maior, dado o baixíssimo empenho dele em me encontrar. Pensando assim, deve ter sido por isso que os dinossauros entraram em extinção: cada um na sua, ninguém tem filho, aí quando se vê, pimba: é o fim de uma espécie interessante.
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