Meninices de homens feitos
Conversa rolando animada no Palaphita: duas mulheres de trinta em TPM, uma em fase estral mansa e quatro homens. Três deles na faixa dos 40, o fim da adolescência masculina. Uma mulher em TPM pergunta aos rapazes, aproveitando estar em companhia de tantos homens experientes (um eufemismo, é claro, alusivo à idade), algo sobre os efeitos colaterais do Viagra, ao que um prontamente diz: "Ah, Viagra dá sangramento no nariz. O pau fica duro, a gente não sente direito e, na hora de abaixar a cueca, pá: porrada no nariz, que sangra pra caramba." Mulheres não entendem imediatamente, homens caem na gargalhada, rola uma polarização do grupo. Dez anos depois, num lampejo de lucidez, uma mulher em TPM diz pra outra: "É guerra! Eles estão de sacanagem com a nossa cara." Mas os homens são mais rápidos e danam a disparar rajadas de piadas de escola - tipo: "que time é teu?, jacaré no seco anda?" -, o que, em condições normais de temperatura e pressão não tiraria as mulheres tão do sério a ponto de se fazer necessário pedir um fondue de chocolate. Que, como todos sabem, chocolate é ansiolítico. As mulheres continuam tentando emplacar uma conversa inteligente, mas o pau da barraca já está chutado. Os homens se unem pra implicar com as mulheres. Começam a se chamar de apelidos de guerra, apelidos de escola, apelidos de homens e, embora tenham se conhecido ali, naquele dia, parecem ser amigos desde criancinhas. Às mulheres, então, nada mais resta a fazer que não se render e compreender que elas nunca, mas nunca, nunquinha mesmo vão conseguir encilhar, domesticar e ensinar etiqueta francesa e trote espanhol a essas criaturas selvagens e enervantes, mas super meigas, bobas e adoráveis, eventualmente apaixonantes e obcecantes, que são os homens.
Eles cansam a beleza feminina, mas vá tentar viver sem eles! ;o)
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