Peludoterapia, porque há coisas que só os bichos entendem.
O filhote de viking volta amanhã pra casinha dele, num reino tão-tão distante. Minha mãe me perguntou se eu estou triste, e eu disse que não tenho tempo nem pra me foder, quanto mais pra ficar triste. Ainda mais agora que eu tenho que aprender dinamarquês e ganhar dinheiro o bastante, até agosto, pra comprar uma passagem pra Dinamarca (e/ou talvez NYC, Lisboa, Paris, vamos ver, vamos ver...).
Mas é claro que eu menti. Levei quase 30 anos pra aprender a não dizer sempre a verdade pra minha mãe. Não vale a pena.
Um amigo extremamente sensível reparou que, quando eu estou feliz -- e todos os meus posts neste quartinho refletem isso--, quase ninguém comenta, ao passo que um post triste, dramático, trágico ou até raivoso chega a ganhar mais de 30 comentários. Observação digna de nota. Comentei com ele que é isso aí, bicho: a felicidade é retilínea, chata e entediante. Ser feliz o tempo todo deve ser um cu. Sorte minha ser ciclotímica, quase bipolar. A vida não é uma caixa de chocolates, repleta se surpresas kindereggianas, e sim uma montanha russa: depois de todo alto, há sempre a certeza de um baixo e vice-versa. Sinto um conforto quase desconfortável nisto. E na convicção de que, chata ou não, a felicidade independe de fatores externos. A felicidade é uma pílula azul que às vezes a gente metaboliza ou não.
Esqueçam a fluoxetina: ela e suas coleguinhas de prateleira jamais chegarão lá.
Hoje é aniversário do Joel, galera. Vamos comemorar (e eu, bebemorar) definitivamente a data em Mauá, onde tudo é sloooow, onde tudo pode voltar pro lugar sem grandes transtornos bipolares e pra onde eu vou levar o Black, meu afilhado negão. Peguei o Black emprestado da Tia Daisy por dois motivos: primeiro, pra ele não ficar sozinho, porque ela mesma está indo pra Mauá neste finde, mas num esqueminha romântico em que cachorro-demolidor não entra; depois, porque, embora o Joel até seja bem peludo do pescoço pra baixo, não é a mesma coisa que um peludo quadrúpede numa hora dessas.
Há momentos na vida em que tudo o que a gente mais quer é afundar os dedos num pescoço bem peludo, fazer cafuné de mão cheia numas orelhas de veludo e ficar ali, deitada no chão, bem quietinha, sem dizer uma palavra, só deixando fluir, entre uma lágrima furtiva e outra, um rio de emoções que só os bichos entendem (e o que é mais legal: eles se reservam o direito de não dar opinião; não há nada mais desagradável que opinião nessas horas).
Talvez os leitores deste blog sejam todos como eu: mezzo caninos-que-sabem-calar-na-hora-certa, mezzo verborrágicos. Eu amo a palavra: pra mim, todas elas são feitas de ouro. Mas o silêncio oportuno, ah... este é feito de paz, cheiro de mato e outras coisas essenciais invisíveis aos olhos.
Obrigada, Joel. Obrigada, Daisy.
Lambidas, Black.
Mas é claro que eu menti. Levei quase 30 anos pra aprender a não dizer sempre a verdade pra minha mãe. Não vale a pena.
***
Um amigo extremamente sensível reparou que, quando eu estou feliz -- e todos os meus posts neste quartinho refletem isso--, quase ninguém comenta, ao passo que um post triste, dramático, trágico ou até raivoso chega a ganhar mais de 30 comentários. Observação digna de nota. Comentei com ele que é isso aí, bicho: a felicidade é retilínea, chata e entediante. Ser feliz o tempo todo deve ser um cu. Sorte minha ser ciclotímica, quase bipolar. A vida não é uma caixa de chocolates, repleta se surpresas kindereggianas, e sim uma montanha russa: depois de todo alto, há sempre a certeza de um baixo e vice-versa. Sinto um conforto quase desconfortável nisto. E na convicção de que, chata ou não, a felicidade independe de fatores externos. A felicidade é uma pílula azul que às vezes a gente metaboliza ou não.
Esqueçam a fluoxetina: ela e suas coleguinhas de prateleira jamais chegarão lá.
***
Hoje é aniversário do Joel, galera. Vamos comemorar (e eu, bebemorar) definitivamente a data em Mauá, onde tudo é sloooow, onde tudo pode voltar pro lugar sem grandes transtornos bipolares e pra onde eu vou levar o Black, meu afilhado negão. Peguei o Black emprestado da Tia Daisy por dois motivos: primeiro, pra ele não ficar sozinho, porque ela mesma está indo pra Mauá neste finde, mas num esqueminha romântico em que cachorro-demolidor não entra; depois, porque, embora o Joel até seja bem peludo do pescoço pra baixo, não é a mesma coisa que um peludo quadrúpede numa hora dessas.
Há momentos na vida em que tudo o que a gente mais quer é afundar os dedos num pescoço bem peludo, fazer cafuné de mão cheia numas orelhas de veludo e ficar ali, deitada no chão, bem quietinha, sem dizer uma palavra, só deixando fluir, entre uma lágrima furtiva e outra, um rio de emoções que só os bichos entendem (e o que é mais legal: eles se reservam o direito de não dar opinião; não há nada mais desagradável que opinião nessas horas).
***
Talvez os leitores deste blog sejam todos como eu: mezzo caninos-que-sabem-calar-na-hora-certa, mezzo verborrágicos. Eu amo a palavra: pra mim, todas elas são feitas de ouro. Mas o silêncio oportuno, ah... este é feito de paz, cheiro de mato e outras coisas essenciais invisíveis aos olhos.
***
Obrigada, Joel. Obrigada, Daisy.
Lambidas, Black.
<< Home