Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, junho 08, 2007

Diferenças musicais para amar alguém.

Porque o filminho sobre o momento de entrega lúdica do pai com a filha (alguns posts abaixo) me fez chorar, e um dos motivos racionais ridículos que eu encontrei pra isto foram a direção e corte fantásticos, com uma sintonia incomum entre imagens e áudio -- quando o pai atende a porta, a música pára, e quando ele se dá conta de que está, digamos assim, vestido de forma peculiar, entra o grito da última repetição do refrão, que varre a alma da gente: "AAAAAHHHHH, YOU DON'T KNOW WHAT IT'S LIKE, YOU DON'T KNOW WHAT IT'S LIKE TO LOVE SOMEBODY THE WAY I LOVE YOU." --, é óbvio que eu fiquei nervosa pra reativar meu i-tunes-store de pobre. Ou seja: o e-mule.

Passei um ano sem e-mule, mas hoje lavei minha égua, ou melhor, minha mula: baixei um bocado de "To love somebody" -- uma faixa de cada artista diferente -- pra tentar chegar à conclusão de que versão foi usada na campanha do refrigerante que fez meu peito encher de leite (esses publicitários estão dando mole pro Ninho!). As pessoas mais antigas, OK, antigas não, mais musicalmente eruditas, poderão dizer se eu estou errada, mas eu acho que a música é dos Bee Gees. No entanto, o mais interessante foi perceber que a mesma música pode facilmente mudar de gênero, bastando pra isso:

1. Ser cantada pela Janis Joplin. Tudo o que a Janis cantava era mais ou menos parecido, tinha mais ou menos as mesmas sílabas (ela sabia comer cinquenta palavras de um verso sem deixar o contribuinte perdido, como ocorre no trash metal), vocalises e acordes. Eu só reconheci "To love somebody" em sua gritante e potente voz por causa das três palavras do refrão-título, mas mesmo assim precisei ouvir umas duas vezes pra ter certeza. Janis Joplin, que eu amo como a poucas cantoras que gritam na vida, sobretudo porque ela nunca penteava o cabelo e vivia bêbada, um estilo de vida que eu admiro, fazia tudo parecer... Janis Joplin! E eu só reparei isso agora.

2. Ter um arranjo cafona. É o caso da versão estúdio de Michael Bolton. Quem diabos é Michael Bolton?!? Como esse cara está solto por aí, induzindo o contribuinte ao erro no e-mule? Prendam, prendam esse cara da calça baggy já!

3. Ser executada com emoção. Uma música executada com emoção, como a versão ao vivo dos Bee Gees, sempre vai parecer roquenrrol pra mim, por mais que tenha cordas e outras coisas que pegam malzão pra chapeize que quebra guitarra porque não sabe tocar direito.

But I'm just a girl, can't you just take a look at me and tell?