Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sábado, junho 02, 2007

Pérolas aos poucos

Meu ex-personal tarólogo, Greg, foi devidamente substituído por um monge taoísta (Fran) e um radiestesista (Fabiano). Meu lance agora é energia vital, chakra, defesa psíquica, remédio de fundo e Rescue Remedy. E não quero saber do futuro, tenho raiva de quem sabe.
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Tenho um vizinho lindo como o Robert Redford, casado com uma mulher linda e de idade impossível de adivinhar, como a Charlotte Rampling, ambos com quatro filhos que até anteontem eram uns pivetes de metro e dez que nem alcançavam o botão do andar em que moram. Sempre me impressionou o fato de as crianças do casal serem absurdamente maduras, do tipo que não vira pra parede quando um vizinho entra no elevador, e ainda por cima diz "Bom dia, como vai?" ou "Você poderia apertar o vinte e cinco pra mim? É que enquanto eu sou criança, não tenho estatura suficiente pra alcançar esse botão, mas daqui a cinco anos eu não precisarei mais lhe amolar com isto." Pois ontem encontrei com o caçula desses quatro, que hoje tem estatura pra comer sopa em minha cabeça, e como o vi vestido de jogador de futebol, mancando como um grande atleta e coisa e tal, ocorreu-me de perguntar se o pai dele ainda velejava e participava de competições olímpicas do esporte. O menino me respondeu: "Não, meu pai está velho demais pra isso. Agora ele só veleja pra se divertir." Sentindo meu estômago se acidificar com o conceito que este filho faz de um pai que, pra mim, que o observo há 20 anos, será sempre um símbolo do homem-perfeito-pai-de-família, espetei: "Ah, se seu pai tá tão velho assim, vê se joga ele na lixeira lá de casa. Tem dias que a gente precisa de um velejador não olímpico pra fazer um passeio legal nas Cagarras." E vi o molecote de 17 anos sorrir pra dentro, como é típico das pessoas extremamente maduras que desprezam os indivíduos com o superego frouxo, como eu. Passei 20 anos sem dar mole pra esse vizinho Redford, e agora esta! Superego filho da puta!
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A meia maratona da Caixa é daqui a duas semanas. Tenho certeza absoluta de que serei a última a cruzar o tapete de chegada, se eu tiver a sorte de não sofrer um derrame fulminante tentando vencer os 21km. Acho que hoje consegui convencer a Marina a fazer esse mega-ultra-esforço heróico comigo, quando lembrei que tem gente que corre maratonas empunhando cartazes de protesto, fantasias de drag queen, guitarras e perucas de Elvis, sem contar os fiéis caninos que são inscritos por seus donos como pessoas e que chegam na frente de muito marombado metidinho a picão. Minha lógica era a seguinte: se um vira-lata que come ração consegue, por que não nós, que comemos a comida preparada com esmero pela mamãe?
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Algum leitor deste blog que porventura more em Brasília por acaso não teria assim, uma Pajero ou uma pick-up Mitsubishi qualquer pra me emprestar pra terceira etapa do rally outdoors, que ocorrerá no Distrito Federal no terceiro sábado de junho? Se o digníssimo leitor por acaso quiser participar da prova, oferecemos uma vaga e a oportunidade de muita emoção em nossa equipe Arsenal, vencedora do circuito Mitsubishi outdoors do ano passado, com um know-how em navegação que só gente-que-faz, como o Raul-rally-Daisy&son Parodi, tem. Nossa equipe também tem altas gatas mineiras, duas pilotas incríveis e eu, que sou uma espécie de produtora, cozinheira e corredora de quinta categoria, mas muito esforçadinha. Qualquer ajuda serve: de repente, se vocês não tiverem o Mitsuba pra gente não ter de deslocar a pick-up do Raul nesses 1300km entre Rio de Brasília, qualquer quantia pra cegonha e pro transporte aéreo é de extrema valia, gente. Se for de coração, não importa: é só depositar na minha conta do Real, ag. 0454, cc 6710686-6. Sou VanOr para todos, mas, para depositantes e amigos dos esportes radicais, também atendo pela singela alcunha de Vanessa Ornella dos Santos.
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Sem muitos detalhes: não tá fácil pra ninguém, gente. Eu peço porque preciso, que se fosse fácil eu respiraria.