Pérolas aos poucos
Meu ex-personal tarólogo, Greg, foi devidamente substituído por um monge taoísta (Fran) e um radiestesista (Fabiano). Meu lance agora é energia vital, chakra, defesa psíquica, remédio de fundo e Rescue Remedy. E não quero saber do futuro, tenho raiva de quem sabe.
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Tenho um vizinho lindo como o Robert Redford, casado com uma mulher linda e de idade impossível de adivinhar, como a Charlotte Rampling, ambos com quatro filhos que até anteontem eram uns pivetes de metro e dez que nem alcançavam o botão do andar em que moram. Sempre me impressionou o fato de as crianças do casal serem absurdamente maduras, do tipo que não vira pra parede quando um vizinho entra no elevador, e ainda por cima diz "Bom dia, como vai?" ou "Você poderia apertar o vinte e cinco pra mim? É que enquanto eu sou criança, não tenho estatura suficiente pra alcançar esse botão, mas daqui a cinco anos eu não precisarei mais lhe amolar com isto." Pois ontem encontrei com o caçula desses quatro, que hoje tem estatura pra comer sopa em minha cabeça, e como o vi vestido de jogador de futebol, mancando como um grande atleta e coisa e tal, ocorreu-me de perguntar se o pai dele ainda velejava e participava de competições olímpicas do esporte. O menino me respondeu: "Não, meu pai está velho demais pra isso. Agora ele só veleja pra se divertir." Sentindo meu estômago se acidificar com o conceito que este filho faz de um pai que, pra mim, que o observo há 20 anos, será sempre um símbolo do homem-perfeito-pai-de-família, espetei: "Ah, se seu pai tá tão velho assim, vê se joga ele na lixeira lá de casa. Tem dias que a gente precisa de um velejador não olímpico pra fazer um passeio legal nas Cagarras." E vi o molecote de 17 anos sorrir pra dentro, como é típico das pessoas extremamente maduras que desprezam os indivíduos com o superego frouxo, como eu. Passei 20 anos sem dar mole pra esse vizinho Redford, e agora esta! Superego filho da puta!
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A meia maratona da Caixa é daqui a duas semanas. Tenho certeza absoluta de que serei a última a cruzar o tapete de chegada, se eu tiver a sorte de não sofrer um derrame fulminante tentando vencer os 21km. Acho que hoje consegui convencer a Marina a fazer esse mega-ultra-esforço heróico comigo, quando lembrei que tem gente que corre maratonas empunhando cartazes de protesto, fantasias de drag queen, guitarras e perucas de Elvis, sem contar os fiéis caninos que são inscritos por seus donos como pessoas e que chegam na frente de muito marombado metidinho a picão. Minha lógica era a seguinte: se um vira-lata que come ração consegue, por que não nós, que comemos a comida preparada com esmero pela mamãe?
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Algum leitor deste blog que porventura more em Brasília por acaso não teria assim, uma Pajero ou uma pick-up Mitsubishi qualquer pra me emprestar pra terceira etapa do rally outdoors, que ocorrerá no Distrito Federal no terceiro sábado de junho? Se o digníssimo leitor por acaso quiser participar da prova, oferecemos uma vaga e a oportunidade de muita emoção em nossa equipe Arsenal, vencedora do circuito Mitsubishi outdoors do ano passado, com um know-how em navegação que só gente-que-faz, como o Raul-rally-Daisy&son Parodi, tem. Nossa equipe também tem altas gatas mineiras, duas pilotas incríveis e eu, que sou uma espécie de produtora, cozinheira e corredora de quinta categoria, mas muito esforçadinha. Qualquer ajuda serve: de repente, se vocês não tiverem o Mitsuba pra gente não ter de deslocar a pick-up do Raul nesses 1300km entre Rio de Brasília, qualquer quantia pra cegonha e pro transporte aéreo é de extrema valia, gente. Se for de coração, não importa: é só depositar na minha conta do Real, ag. 0454, cc 6710686-6. Sou VanOr para todos, mas, para depositantes e amigos dos esportes radicais, também atendo pela singela alcunha de Vanessa Ornella dos Santos.
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Sem muitos detalhes: não tá fácil pra ninguém, gente. Eu peço porque preciso, que se fosse fácil eu respiraria.
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