Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

terça-feira, maio 29, 2007

Licença, gente.

Passei uns dias "fora da área de cobertura ou desligada". Eu ia botar a culpa na gripe, que foi tão aguda, galopante e esquisita que eu achei que fosse uma daquelas doenças raras, que matam em 72h. Aí eu me preparei pra morrer em 72h, e nada; e vocês hão de convir que quando a gente se prepara toda, todinha, todona pra morrer em 3 dias e, em vez disso, fica boa, isso é coisa de pirar. Além disso, dá muito ódio não ter nem um motivo concreto pra provar que os acadêmicos do Copa D'Or pecaram por não ter me pedido um hemograma (afinal eu tinha febre e petéquias, carajo!), mas dizem que Deus ajuda as crianças, os bêbados, os bichos e os estagiários do Copa D'Or. Dizem. E é só por isso -- e por causa do Labs, porque vai que um médico de verdade me pede um hemograma um dia! -- é que eu ainda vou lá.

Eu também poderia pôr a culpa na TPM, mas se fosse pra atribuir às oscilações hormonais todo e qualquer up-and-down nessa minha montanha russa emocional, eu teria motivos mais do que humanitários pra ser castrada sem anestesia. Pro meu próprio bem (e pro bem de toda a Humanidade).

Aí eu fiquei assim, sem motivo concreto algum pra ter saído do ar. Nada de errado no trabalho, só o errado de sempre (aquela vaca sórdida leviana sumiu com meu último boletim de estágio probatório pela terceira vez consecutiva!); nada de errado na minha família, só as esquisitices de sempre; nada de errado com o meu peso, só os 2 quilos a mais de sempre; nada de errado com os meus amigos, só o carinho de sempre.

Buscando uma justificativa ecológica, racional e absolutamente científica pra minha atimia, tentei relacioná-la à frente fria que chegou com o deslocamento de uma massa polar justo com a mudança da lua nova pra crescente, mas percebi que isto seria forçar demais a barra. Não tão científico assim, mas ao menos cronologicamente signitivativo, eu poderia dizer que surtei porque, afinal, faltam duas semanas para mais um dia comercial dos namorados "sem namorado". Ou seja: foda-se que o dia dos namorados seja uma data comercial como o Natal ou outra qualquer, mas essa parte do "sem namorado" agita, de um jeito absolutamente surreal, todas as moléculas destemperadas que recheiam minhas células somáticas -- e, o que é pior!, enervam e apressam meus gametinhas de trinta e tantos anos, que ficam me mandando mensagens subliminares em sonhos onde eu sou a única atendente do Bob's pra dar conta duma fila do tamanho do show da Ivete Sangalo na praia: "Comé qui é, minha filha: dá pra ser ou tá difícil?!".

Pra finalizar este mea-culpa -- sim, isto aqui é um mea-culpa --, confesso que surto sempre que duas ou mais amigas têm filhos ou chás de bebês simultaneamente. Eu não tenho como lidar com isto em plena véspera de "dia comercial dos namorados sem namorado", em plena TPM, no meio de uma massa (bi)polar crescente, numa pós-canelite-gripe-aviária-rara (e ainda por cima sem hemograma!!!) e, sobretudo, sem meu último boletim de estágio probatório que aquela vaca... sórdida... e leviana... fez desaparecer do mapa pela terceira vez consecutiva, só pra me enervar.

Mas eu já estou calma. Fui ali, dei uma piradinha e já voltei.

Se a vaca aparecer com a boca cheia de formiga, não fui eu: foram meus gametas enfurecidos, fatigados de tanta espera, em meus sonhos psicóticos de eficiência fisiológica. Amém.