Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Vulcan Power

Eu sempre detestei ficção científica, achava tudo uma bosta que só os nerds consumiam, até namorar um cara não-nerd (juro!) que aprendeu a ler sozinho aos 3 anos, antes mesmo de falar, com os livros fantásticos que descreviam as viagens visionárias de Jules Vernes. Esse cara, óbvio, não podia sair de casa na sexta-feira, antes das 22h, porque era justo a hora em que passava StarTrek na TV, e eu me recusava a assistir "ESTA MERDA" (assim, gritando), só de ódio. Essa crise conjugal semanal durou alguns meses, até que um belo dia eu me resignei a sentar na pontinha do sofá, toda montada pra sair e com a bolsa já no ombro, para assistir aos 45 minutos meu primeiro episódio da primeira ou segunda geração da jornada na estrelas.

Até hoje eu não entendo direito, mas tem um dia na semana em que a TV reprisa todos os startreks, da primeira à última geração, embora a programação não respeite nem a cronologia da produção, nem das gerações startrekianas em si. Aparentemente, a produção mais recente corresponde à geração mais antiga -- e eu espero que vossos Tico e Teco não tenham entrado em combustão com esse papo, porque eu admito que é tudo muito difícil para um "não iniciado". Mas tenho certeza que todos aqui conhecem o Dr. SPock, um dos principais tripulantes duma espaçonave startrekiana, inteligente pra caralho, sentimento-free e de orelhas pontudas, características comuns a todos os vulcanos. Se alguém aqui não sabe o que é um vulcano -- não, não é uma montanha que cospe lava --, por favor, se retire deste quartinho e não volte nunca mais. Isso já não é distração, é falta de cultura mesmo.

Voltando à vulcana fria, depois do meu primeiro episódio de Star Treco, eu passei a ter uma pequena obsessão, que depois se transformou em neurose e, posteriormente, em tara sexual: eu queria ser a T'Pol. Aliás, não bastava isso: eu queria que a T'Pol tivesse sentimentos, mas não pelo capitão cinquentão, e sim por mim! Queria batizar minha filha de T'Pol, queria ter peitos postiços, queria emagrecer 20kg e, o mais bizarro e importante de tudo, queria ser tudo isso e sexy-inteligente, ou seja, imune ao amor.

T'Pol: magra, linda, inteligente pacas e imune ao amor. Enfim, a mulher perfeita (tinha de ser extraterrestre, ora!).

Nada me tira da cabeça que a T'Pol era uma cortesã em seu planeta e acabou alistada na guerra das estrelas como castigo por não ter se apaixonado por seu cliente mais importante, Darth Vader. Mas isto, obviamente, é só uma viagem minha. Não vamos confundir viagem com ficção científica, que isso sim, é uma puta d'uma heresia.