Pobre blog abandonado!
Putz grila, mangalô três vezes!
Para penetrar na penumbra abandonada deste abafado quartinho hoje, tive de remover teias de aranha, varrer montanhas de poeira e abrir portas e janelas cujo o tempo tratou de carcomer de ferrugem. Fiz circular um ar, acionei meu aspirador de pó ultra-power turbinado, fiz uma aromaterapia básica de canela com patchouli pra elevar o astral (com uma nota de sensualidade, que não custa nada), amarrei minhas fartas madeixas num lenço de chita estampada e fiz o que eu sei fazer melhor nesta vida: faxina! Agora me sinto bene.
Venho por meio deste humirde poster dizer que estou mais viva que morta, embora morta seja a palavra certa para me definir às vezes. E porque morta é palavra certa pra me definir (às vezes), tem horas em que eu tenho muita vontade de ficar quietinha no meu canto sem fazer porra alguma, nem mesmo escrever -- que não é a coisa que eu faço melhor, mas é a coisa que eu mais gosto de fazer. Há momentos em que até eu me assusto com as coisas que eu penso em escrever, e que eu só não escrevo porque depois fico com tanto medo de ler aquilo que escrevi (quando muito triste, como aquele diário de 1998 que eu esqueci exilado na casa da minha joelhaçoterapeuta de então), que passo a não ler mais nada, e se eu não leio mais nada, vou ficando cada vez mais morta e alheia a tudo que está ao meu redor, e isso não é muito bom.
Só queria dizer que estou tomando providências para resolver meu próprio abandono e que, quando isto acontecer, este quartinho nunca mais ficará tão abandonado de novo. Primeiro os bois, depois o carro. Afinal, aqui quem fala é uma veterinária que não matou o husky siberiano no IJV, mas mataria com prazer a anta que espalhou essa besteira. No sentido figurado, ma non troppo.
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