Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Eu quase não salvo o Léo...

Vigilância Sanitária. Curso-dinâmica-de-grupo de qualidade no atendimento ao público.

Na aula de hoje, a professora trouxe uma atividade muito interessante: deveríamos nos imaginar numa guerra. Ao soar do alarme de ataque aéreo, cada pessoa do grupo (somos uns 20) deveria correr pro seu bunker. Ela colocou em nossas costas um papelzinho indicando qual seria nosso abrigo, mas a brincadeira era assim: quando tocasse o alarme, poderíamos sair das cadeiras e correr para os bunkers espalhados na sala, mas não poderíamos falar nem uma palavra um com o outro. Teríamos um minuto para entrar no bunker certo, caso contrário, morreríamos. Pois bem... o Léo, meu colega da foto abaixo, antes do alarme, combinou comigo: "eu vejo o seu e você vê o meu". Falou, tudo certo. Soou o alarme e todo mundo correu. Os bunkers eram uns papéis coloridos na parede. Olhei aquilo e fiquei sem ação. E agora? O Léo me cutucou e indicou com o dedo qual era a cor do meu abrigo. E eu, crente que ia entrar num buraco, fiquei meio decepcionada de ter de ir pra frente de uma parede com um papel colorido pendurado. No que eu caminho lentamente pro meu abrigo, sinto um cutucão de 1,93m de altura: era o Léo fazendo mímica de puto da cara e "pô, e eu?!?". Ah, sim: olhei nas costas dele e mandei-o pro bunker azul.

Achei que tudo bem, foi um vacilo, mas todos fizeram um big deal dessa minha distração ato-fálhica. Na hora de compôr a moral da estória, de filosofar sobre o comportamento do ser humano em momentos de crise, me escorraçaram legal, dizendo que com algumas pessoas é "cada um por si" ou "primeiro eu, segundo eu, terceiro eu."

(talvez eu esteja exagerando, mas só sei que saí da aula me sentindo o próprio Hitler, o catiço, o cão chupando manga, o micróbio mau do cocô do cavalo roubado do bandido).


Olha aí o Léo, 20 minutos depois, ainda magoado comigo.