Música baiana X insônia

Estou me empenhando pra poder curtir a micareta com honra ao mérito. Aproveitei a insônia de ontem e de hoje pra baixar músicas "étnicas" carnavalescas, como aquelas que dizem: "sai do chão, sai do chão!", "uô-ô, uô-ôu", "iê, iê, iê, iá, iá". Pra falar a verdade, todo hit ao vivo de pagode baiano parece ser igual. Fico imaginando se eu vou perceber, na micareta, se acabou a música ou se já trocaram de banda, até porque eu não vou de óculos, que eu não vou dar essa bandeira em plena guerra. Os óculos podem fazer com que os rapazes musculosos suados calculem que eu já sei ler e escrever, ou pior: que eu GOSTO de ler e escrever. E nós não queremos esse estereótipo ruim, queremos?

Check-list pra micareta:

• abadá;
• short(inho) com bolso;
• máquina descartável (pra não melecar a minha de samba, suor e cerveja);
• 03 notas de R$10 pra não beber mais do que 20 cervejas (10 são de graça);
• carteira de motorista (não vou dirigir, mas não posso ir indigente total);
• celular pra anotar telefones, já que eu não vou ouvir o ringue e até lá já não terei mais créditos pra discar;
• frases feitas para facilitar minha comunicação com o público assíduo: "Já é!", "U-hu!", "Demorô", "Vou beijar muuuuuuuito!" e "Atrás do trio elétrico, só não vai quem já morreu.". Esta última, pro caso d'eu encontrar um velho baiano tão assustado quanto eu.

Pensando bem, acho que a micareta é a causa da minha insônia. Ainda não decidi se é por ansiedade ou medo.