Carência afetiva, quem é que não tem?
Depois da tormenta, o arco-íris.
Depois da TPM raivosa, o chororô.
Depois do chororô, a carência afetiva.
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Há coisas que não mudam:
Durante a carência afetiva, eu costumo me apaixonar irreversivelmente pelo primeiro merda que abra a boca pra me dizer: "bom dia, como vai a senhora?". De preferência se ele tiver na testa um neon piscante onde se lê: "EU VOU VOLTAR PRA EX-NAMORADA."
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Há coisas que vão mudar doravante ou eu não me chamo Vanessa Ornella!
Desta vez, eu vou burlar o sistema fazendo uma coisa louca e diferente: no auge da carência, em vez de ficar no Rio indo a programas onde eu potencialmente poderia encontrar o primeiro merda de neon na testa dizendo"Bom dia..." e etc, irei para Miguel Pereira, onde meus peludos terapêuticos, endorfinogênicos, lindodemorrênicos e maravilhosênicos me colocarão numa estufa de pelume para um tratamento intensivo de cafuné, sono e lambidas, de onde sairei revigorada, animadíssima pra voltar a malhar 3-horas-por-dia-6-dias-por-semana, e pronta pra fazer uma dieta radical.
Ou comprar um vestidinho, tanto faz - o que for mais fácil pra mim. Afinal, eu não passei por esse inferno estral todo pra me matar numa academia de ginástica comendo alface! O que importa é que a peludoterapia me tirará da crise aguda e eu já chegarei no Rio com uma carência afetiva crônica, o que é o meu normal e o de todo mundo.
Porque carência afetiva, meu nêgo, quem é que não tem? (Procure direito, você também tem.)
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