Os talentos inúteis de uma mulher de 33.
Papa-fila
Para entrar em boate, aqui ou em qualquer lugar do mundo, eu nunca passei mais que 5 minutos na fila. Na verdade, não é mérito meu: aqui ou em qualquer lugar do mundo, a impressão que eu tenho é que a mocinha ou o drag queen da porta sempre me confunde com outra pessoa e fala algo como "Sua mesa está te esperando." Eu queria muito que eles falassem "Sua mesa está te esperando, FULANA." E aí, eu juro, tentaria descobrir quem é a fulana que tanto se parece comigo pra poder pelo menos acompanhar o corte e a cor do cabelo da sujeita. Só assim eu me sentiria menos culpada de ser sempre dragada da fila na frente de outras tantas dezenas de pessoas cujo único pecado é não se parecer com ninguém importante.
Espremedora de cravos nas costas
Meu pai diz que eu sou a melhor espremedora de cravo nas costas da face da terra. Já ganhei muito dinheiro com esse talento: eu cobrava por sessões de 15 minutos, mas na verdade eu extraía todos os cravos em 5 e enrolava mais 10 só pra parecer profissional.
Escritora de cartões de Natal e aniversário
Sou a melhor escritora de cartões de Natal e aniversário que existe. Eu escrevo pro porteiro da filha da amiga da minha vó com o mesmo sentimento que eu escreveria pra minha mãe. Teve uma época em que eu mesma fazia meus cartões, colando pequenas telas pinceladas com acrílica em um papel cartão texturizado. O mais divertido era nomear as "obras artísticas": dei pruma professora de física na escola um cartão com um rabisco sem-vergonha intitulado "Big Bang, e fez-se o universo" ou "A ema gemeu" ou "Leve o ratinho até o queijo". Só que eu não faço isso há mais de 10 anos.
Ex-Girlfriend retriever
Sem comentários. É meu maior talento, sem dúvida, mas é algo totalmente descabido. O ato de pegar o pato morto e devolvê-lo a um humano faz sentido em se tratando de labradores e Golden retrievers, mas no meu caso é só mais um talento patético que pra nada presta.
<< Home