Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

terça-feira, junho 12, 2007

Enfim, o dia dos namorados.

Há cerca de 3 semanas, eu mobilizei um exército, armazenei armas, ferrei cavalos, destilei venenos e opilei meu fígado pensando no dia dos namorados que estava por vir. Queria manifestar minha ojeriza às datas comerciais e ao casamento enquanto instituição feita para vender geladeiras e cozinhas. Senti vontade de provocar todas as pessoas que têm um cobertor de orelha pra chamar de seu, dizendo-lhes que só os fracos preferem estar mal acompanhados do que só, mas aí eu pensei bem e, noves-fora-zero, decidi que esse papel (de cuspir no prato em que quero e vou comer) é feio demais pra uma mocinha bem-humorada e bem-balzaquiana como eu.

Tudo bem eu não ter um namorado pra fingir que esqueceu da data e passar o dia inteirinho sem telefonar para, à noite, me fazer uma surpresa sem precedentes históricos e receber um cartão lindo que eu levei 20 dias fazendo, como é típico meu; mas estou pronta pra ter!

Tudo bem estar sem namorado. Alguns acontecimentos recentes me convenceram por completo de que é melhor estar só do que com um ególatra que vai se envolver com a primeira mulher que der bobeira, só porque é viciado em conquistas amorosas. Não estou cantando vantagem de ser extra-mega-ultra-seletiva ou mais que a média, mas os anos me tornaram uma mulher desconfiada, pra dizer o mínimo. Não caio mais no conto do vigário do cara que terminou com a noiva tijucana (nunca se termina com uma noiva tijucana!), nem na estória da carochinha do homem incrível que construiria a máquina do tempo pra me conhecer antes de ter se casado com a mulher de quem ele não se separará jamais. Não há tempo que volte, amor, então vamos viver tudo o que há pra viver.

O meu tempo é hoje!

Tudo bem estar sozinha comigo mesma no dia dos namorados: eu sou um cara bem bacana, com amigos bacanas, tenho sempre muito papo, uma gargalhada implantada na garganta e um sorriso costurado no rosto. A vida é boa e leve, e hoje eu sei que não preciso ter namorado para gostar de mim mesma.

Enfim, a todos que estão amando, feliz dia dos namorados. A todos que perderam o grande amor e acham que nunca vão amar de novo, feliz dia dos namorados (um grande amor nunca se perde, se transforma). A todos que têm apenas uma pedra no peito no lugar do coração, feliz dia dos namorados (pedras pesam mais que músculos estriados que pulsam involuntariamente, então cuidado com essa postura corcunda, menino!). E a todos que nunca amaram, feliz futuro dia dos namorados.

O tempo do amor é sempre.

To Jacob: Jeg vil have dig lige nu! "Du har for evigt ansvaret for det du har gjort tamt". (I know, baby: my Danish is so repetitive!)