Alô, Porto Alegre!
Finalmente cumpri minha promessa de vir à Porto Alegre para rever amigos e, lógico, assistir à peça que marca minha estréia como coautora, co-roteirista ou codramatruga (sou tão nova e ignorante no ramo que desconheço o termo correto pra isso).
"O Conselheiro", que foi uma maluquice que o Michele (fala-se Miquéle) Caetano me convenceu a escrever com ele por e-mail, foi uma gestação não planejada que deu muito certo. O filhote é bem simpático, tem o humor auto-crítico da mãe e a cagação de regra do pai (hahaha, ele está aqui querendo me estrangular!). É claro que só um textículo de 34 páginas não transforma nada em uma "comédia mau humorada"-- aliás, o subtítulo da peça, que é sobre um conselheiro matrimonial visceralmente contra o casamento e que tem lá suas opiniões implicantes sobre homens, mulheres e a paixão, essa doença da qual todos querem padecer, mas muitos (como o próprio Conselheiro) não o assumem. Foi necessário ter por trás a direção e a inventividade do Michele, fundamentais pra driblar a chatice conceitual de um monólogo, e a atuação brilhante do Miguel Ramos e sua "interlocutora", a talentosíssima bailarina flamenca Ana Medeiros.
Pois mal aportei neste Porto Feliz, e o Michele me levou aos estúdios da Rádio Gaúcha (nada mais típico), para dar uma entrevista sobre a peça. No dia seguinte, ontem, a RBS (a Globo daqui) fez uma filmagem de trechos da peça e entrevistou o ator, a bailarina, Michele e eu. Fui franquíssima, claro, e disse que não saberia dizer do que se trata a peça, porque escrevi há tanto tempo que me esqueci. Era pra ser uma crítica severa à falta de incentivo à cultura no país, pois a peça só aconteceu pela grande teimosia do Michele, mas soou como se eu tivesse Alzheimer.
Beeeeem capaz, como se diz por aqui.
O Conselheiro está em cartaz no Teatro Carlos Carvalho, no Espaço Cultural Mário Quintana, à Rua dos Andradas (Rua da Praia), de sexta a domingo, às 20h, até o dia 21 de outubro de 2007.
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