Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Matemática do absurdo

Tudo começou num dia 13, passou por um 19 de agosto sinistro e acabou-se num dia 26, há 3 meses.

Parece mentira, mas ainda tenho seus números em meu celular, embora saiba todos de cor desde sempre. Parece absurdo imaginar que se eu discar qualquer um deles você nunca mais dirá alô do outro lado. Parece loucura, mas metade de mim torce pra que exista um outro lado (com jardins verdejantes e coisas bonitas), e a outra metade apenas torce pra que seja tudo mentira. Pelo menos do 19 em diante.

Talvez ainda exista uma terceira metade minha -- você sabe, a matemática nunca foi meu forte -- que muitas vezes "esquece" que nunca houve um 26 de julho; em vez disso, calcula que se 26 é o dobro de 13, e se tudo começou no dia 13, então o fim é o dobro de tudo. E assim, você é o dobro de mim, e eu sem você sou menos que um décimo. Melhor ainda, ou pior ainda, melhor dizendo: sem você, é como se eu recomeçasse do zero. Como se eu nascesse de novo depois de uma morte muito lenta e sofrida. Há alívio no nascer, mas quanto sofrimento até que os pulmões descolabem!

Desdobro-me em mil lamentos e tento, juro que tento. Mas se a diferença entre 20 e 18 é 2, e se 2 vezes 13 é 26, eu me pergunto: de onde surgiu esse 19 do 8? Onde foi que errei nessa conta?

Se ao menos eu pudesse falar contigo, se ao menos você pudesse me explicar... Sua matemática era perfeita para tantas coisas, mas tão ruim para outras.

Calculou mal, por exemplo, meu amor por você. E a hora de partir.