Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sexta-feira, junho 27, 2008

Duca

Dia desses, estava minha mãe vendo um programa na MTV quando ouviu, para seu choque e horror, o apresentador dizer:
- Este clipe é ducaralho!

Minha recatada mãe consultou o relógio para verificar se já era hora de palavrão cabeludo na TV, mas ainda nem passava das 19h. E o apresentador repetia: “Ducaralho, cara. Essa música é du-ca-ra-lho!” Meu pai veio tranqüilizá-la:
- Hoje em dia, caralho não é mais palavrão: é interjeição. Na faculdade, quando a professora de Penal distribuiu as notas, uma colega, moça recatada de bom aspecto e formação, exclamou ao ver minha nota: “Caralho, Jorge! Dez?!?”. Aí eu falei: não, vinte: tirei dez no trabalho também.
- E ela?, quis saber minha mãe.
- “Caralho, caralho, caralho!”.
- E você, como ficou com esse desfile de caralhos na sua frente?, eu quis saber.
- Ah... muito orgulhoso.

Sinal dos tempos, quem diria. E eu que já ganhei castigo de pimenta na boca por ter falado “porra”, um subproduto infanto-juvenil de caralho, numa época em que “sacanagem” já era comidinha de festa. Orgulhoso, mái bróder? Tsc, tsc, tsc. É o fim do mundo, isto sim!