Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Caos e progresso

Venho por meio deste desajeitado post revelar, para a exultação e alívio de muita gente boa (porque só essas contam), que eu ainda estou viva.

Apesar de ter batido ponto neste blog com a mesma displicência e caguice-e-andice dos:

1) Gazeteiros do Planalto Central, que só batem ponto e picam a mula antes de a sessão começar -- talvez porque realmente haja poucos voos de Brasília pro resto do Brasil, que afinal é tão grande, mas talvez porque não compreendam direito, coitadinhos, como essa palhaçada de votação, ou qualquer outra coisa mundana, pode ser mais importante que manter seu curral eleitoral gordinho e alimentado com todas essas bolsas "miséria danada da gota serena" criadas neste novíssimo e inédito Brasil, um país de todos. Ora, onde já se viu uma coisa dessas, minha gente?! Pra que perder tempo em plenário quando todo coroné sabe que o muar-eleitorar só engorda com o olho (e o assistencialismo) do dono! No Brasil de todos, deputado bom é deputado que não perde nem um dia de trabalho não trabalhado e nem um voto de cabresto. (embora eu ainda tenha essa visão romântico-anarquista de que deputado bom é deputado morto)

2) Vereadores desta cidade maravilhosa, que decidiram ontem, quase que por unanimidade!, que na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, com a graça de São Sebastião e a bênção do prefeito (cujo nome não pronuncio para me poupar das esofagites de refluxo) só se trabalhará de terça a quinta. E fodam-se os cariocas! O Rio tem belezas deslumbrantes demais para um funcionário público de salário extra-ultra-mega faturado desperdiçar seu valioso tempo em um trabalho idiota que basicamente limita-se a mudar nomes de ruas, praças e estações de metrô, além de eventualmente conceder medalhas de honra ao mérito a policiais distraídos que esqueceram de roubar jaqueta, sapatos e outros objetos pessoais de suas co-vítimas de latrocínio.

Eu gostaria de dizer que os motivos de minha ausência aqui são outros. Eu não tenho um curral eleitoral pra chamar de meu; não sou vereadora e nem tenho nada contra o trabalho honesto de segunda a sexta; não ganho o benefício vale-volta-ao-mundo que o alto escalão do poder executivo recebe mensalmente para poder atingir a apertadíssima meta de explorar o globo terrestre em reles 4 anos. Eu sou apenas uma pessoa normal que, como toda pessoa normal, fica histérica quando lê o jornal diariamente; neurótica quando chega o verão e eu ainda não perdi os 5 kg de sempre; caótica quando o ano ameaça acabar antes do tempo; desorganizada quando todas as minhas coisas estão espalhadas em 3 diferentes domicílios; e com sérias tendências suicidas à primeira iminência da chegada do Natal, que - nesta cidade maravilhosa, onde de dia falta água e de noite falta energia - é representada pelo início da montagem da árvore flutuante da Lagoa.

Sem querer ser pessimista, mas já sendo: será que essa merda dessa árvore causará algum novo blecaute em todo o Brasil? Pensem bem: se teve apagão sem a árvore de Natal da Lagoa (e todos os seus filhotinhos caseiros plantados nos domicílios de 80% dos brasileiros cristãos com algum crediário nas Casas Bahia), o que será de nós quando este depletador de Itaipu inconsequente finalmente se acender?

Não sei quanto a vocês, mas eu estou, definitivamente, precisando passar uma temporadinha na Bahia. O Rio de Janeiro está cheio de gente estranha. Até Madona e Jesus andaram passando por aqui.