Quase cinco
O Fantástico e Incrivelmente Extraordinário Engolidor de Pilhas, agora em versão quase 5.0 (a contagem regressiva começa do mindinho pro dedão, e eu não sei porque crianças têm tanta pressa de crescer), está começando a entender o poder das palavras: usa-as para desarmar ou chocar pais, avós e professores. Mando aqui três singelos exemplos:
Na mesa, de castigo, porque não quer terminar o almoço:
Mãe: Coma, Pedro Augusto!
PA: Não.
Mãe: Por que não?
PA: Porque você não pediu "por favor".
Silêncio mortal; nenhum "por favor" é ouvido, até que o pai ruge algo como, mas em outras palavras, "por favor de cu é rola"; PA entendeu o recado e comeu tudinho, bem rapidinho.
Após o banho, com a avó correndo atrás dele pela casa para secá-lo:
Vó: Pedro Augusto, sente este pirulito aqui na cama pr'eu te secar!
PA (muito sério): É pirulito, vovó?
Vó: É.
PA: Então chupa!
Silência sepulcral; a avó passa horas pensando no que dizer e, finalmente, manda:
Vó: Ó, vovó vai te dar um conselho: não fale sobre isso com a sua mãe, que tem um compromisso enorme com a sua educação, mas daqui a muitos anos, quando você tiver uma namorada, você vai e pede isso pra ela, tá? Pra vovó, não. Nem pra mamãe, senão vai rolar um sambalelê geral.
Na cozinha, após quebrar um pirex:
Mãe: Ai, minha Santa Madre Paulina, Pe-dro Au-gus-to! O que que você fez, Ped-dro Au-gus-to?!?
PA: Não foi nada, mamãe. Está tudo bem agora, tá? Depois você compra outro.
E passa, pé ante pé pelo cenário de cacos e ruínas, que ele tem mais o que fazer que cuidar de destroços normais de guerra.
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