Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

sábado, junho 16, 2007

Quando o estupro é inevitável...

Tem uma pessoa anônima no blog da Cora que assina seus comentários sob o sigelo pseudônimo de "o silêncio é de ouro". Talvez seja uma alusão ao ato falho da ministra do Turismo, Marta Suplicy, que sugeriu às vítimas do caos aéreo o mesmo que se sugere grotescamente, neste país (que não é sério), às vítimas de um estupro iminente: relaxa e goza.
Quando eu digo que foi um ato falho, na verdade entendo que a mãe do Supla queria dizer: passageiros no Brasil serão castigados por minha incompetência, isto é inevitável, mas como eu não preciso passar por isso porque sou apenas mais uma otoridade leviana, fodam-se. E já que vão se fuder, que gozem.
Hoje o jornal chega à minha porta com a vergonha declarada da ministra. Ora, ministra Marta dos Suplícios Inevitáveis, se a senhora nunca mais vai poder fazer um check-in aéreo sem procurador na vida por causa de sua declaração infeliz, relaxa e goza: no Brasil, há sempre a chance de driblar regras, e a porta dos fundos, por onde passam as malas dos passageiros que esperam doze horas na fila, estará sempre aberta pra senhora, uma espécie sem alça.
E tem mais: ministro com vergonha só é digno no Japão, onde a vergonha resulta em suicídio. Não estou sugerindo nada, mas morrer, em algumas culturas, também é uma forma de viajar. Enfim, viva o turismo!