Quando o estupro é inevitável...
Tem uma pessoa anônima no blog da Cora que assina seus comentários sob o sigelo pseudônimo de "o silêncio é de ouro". Talvez seja uma alusão ao ato falho da ministra do Turismo, Marta Suplicy, que sugeriu às vítimas do caos aéreo o mesmo que se sugere grotescamente, neste país (que não é sério), às vítimas de um estupro iminente: relaxa e goza.
Quando eu digo que foi um ato falho, na verdade entendo que a mãe do Supla queria dizer: passageiros no Brasil serão castigados por minha incompetência, isto é inevitável, mas como eu não preciso passar por isso porque sou apenas mais uma otoridade leviana, fodam-se. E já que vão se fuder, que gozem.
Hoje o jornal chega à minha porta com a vergonha declarada da ministra. Ora, ministra Marta dos Suplícios Inevitáveis, se a senhora nunca mais vai poder fazer um check-in aéreo sem procurador na vida por causa de sua declaração infeliz, relaxa e goza: no Brasil, há sempre a chance de driblar regras, e a porta dos fundos, por onde passam as malas dos passageiros que esperam doze horas na fila, estará sempre aberta pra senhora, uma espécie sem alça.
E tem mais: ministro com vergonha só é digno no Japão, onde a vergonha resulta em suicídio. Não estou sugerindo nada, mas morrer, em algumas culturas, também é uma forma de viajar. Enfim, viva o turismo!
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