Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

segunda-feira, outubro 15, 2007

O gene da hipocondria

Meu sobrinho, O Cara, um paulista-carioca praticamente baiano, na flor dos 5 anos, hoje reclamou com sua mamãe Mone de uma estranha "dor no coração".

Não estava apaixonado, lamento dizer: apenas caiu e se esbaldou na piscina antes de dar uma chance pra digestão das coisas mais estranhas (tipicamente baianas, devo dizer), o que subitamente lhe provocou as dores naturais de um pum profundamente encravado nas entranhas.

Conversamos em tom solene, ao telefone, agora há pouco. Eu, a Poderosa Djindinha, veterinária oficial da família; ele, o paciente, me contando de seu problema deveras intrigante prum fedelho de tão pouca idade. Tentei ser neutra -- afinal, não quero passar ao meu próprio sobrinho a falsa impressão de que a vida é fácil --, então, apenas disse:

-- Meu querido, Djindinha vai te dizer uma coisa: depois dos cinco anos, o coração da gente começa a se deteriorar e, em pouquíssimo tempo, acaba indo pro Beleléu. Pede pra tua Mamã-Mone te dar uma colher de melzinho, que logo essa moléstia cardíaca passa. Mas faça logo, antes que o pior aconteça!

Ele me pareceu muito satisfeito, tanto com a gravidade da situação, quanto pelo apelo gustativo da solução que dei.

Eu sempre soube que esse diploma de veterinária me serviria pra alguma coisa na vida.