Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quarta-feira, julho 09, 2008

Por favor, não me matem!

Estou com vontade de mandar ao Comandante Geral da Polícia Militar uma petição. Nada sofisticado, apenas um singelo pedido: que nenhum PM me mate, por favor. Nem de propósito, nem por engano. Muito menos por engano. Anexarei à carta uma foto minha de frente, de perfil, de perto, de longe e de costas. Sobretudo de costas, que é por onde os PMs mais gostam de atirar em pessoas inocentes. Na petição, a fim de angariar a simpatia da corporação, listarei 10 motivos para não morrer. Eu sei que tenho o direito constitucional à vida, mas não me parece um excesso explicar, bem explicadinho, porque eu não quero ser executada. Acontecimentos recentes me deixaram sob a forte impressão de que aos policiais militares os excessos são sempre franqueados e raramente punidos de maneira proporcional.

Dez motivos singelos e quase objetivos pra vocês não me matarem:

1. Eu sou útil em meu trabalho, mas aquele tipo de útil que faz falta (e não qualquer tipo vulgar de útil);

2. Na peça de aniversário do meu sobrinho, em agosto, eu serei a Boneca, personagem central que tem um número solo musical. A peça sem a Boneca seria um desastre;

3. Um dia eu vou escrever um livro, mas, por favor: nem me matem, nem me apressem, e não é me matando que eu vou escrever mais rápido qualquer coisa;

4. Fiz uma lista dos lugares que quero ir antes de morrer. A lista é grande, preciso de mais 40 anos de vida. Para chegar lá, vou fazer a minha parte e cuidar da minha saúde; façam a de vocês tomando bastante cuidado pra não me matar;

5. Preciso terminar minha monografia. Se eu morrer sem terminar minha monografia, voltarei como traça de biblioteca na próxima encarnação.

***

Eu disse 10 motivos? Não, são só 5 mesmo. Mas por favor, não me matem: meus cinco motivos podem parecer ridículos pra vocês, mas são muito importantes pra mim.

PS: pensei em fazer uma camiseta com os dizeres "POR FAVOR, NÃO ME MATEM" em letras garrafais, mas vai que um PM se irrita com minha arrogância de não querer morrer, e pá-puft!, já era uma VanOr. São tempos estranhos esses em que vivemos.