Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Primera lección d'hermandad

Introducción:
Hoje, dia 17 de novembro de 2008, Dia Internacional Bilateral de Los Hermanos Brasil y Argentina, vou homenagear meus vizinhos queridos com uma singela composição em espanhol. Ou melhor, em portunhol, que é o melhor que eu posso fazer por enquanto. É isso aí: só faço o que eu sei, sou o que sou, e ah!, eu não douro pílula. Mas sou muito esforçada, acordo cedo todos os dias, tenho dois neurônios perfeitamente sadios, enfim: é isso aí. Estou pronta pra ser a melhor hermana que a Argentina já teve, mas pra poder rolar essa hermandad nagô bonita entre a gente, la gente hay que comunicarse muy bien. Pronto: já estraguei a surpresa. (eu nunca vou poder ser roteirista porque eu sempre conto o final no início, puxa vida.)

Ob-retibo:
O objetivo desta primeira lição de irmandade é fazer um teste de nivelamento do meu espanhol. Todo mundo que começa a aprender uma nova língua passa por essa experiência arquetípica do nivelamento por baixo, e esta ainda é a melhor forma de um aluno descobrir se irá para uma turma de básico zero (ou abaixo de zero) ou uma turma de intermediário ou avançado. Em toda a História da Humanidade, ninguém que tenha feito teste de nivelamento conseguiu passar direto ao nível proficiente, pois isto vai contra a missão social-capitalista das escolas. Todo mundo sempre pode passar um tempinho no purgatório do intermediário, seja lá qual for o nível real da língua estrangeira que a pobre vítima fale.

Como toda brasileira, eu sei que não sou proficiente em espanhol, mas desde que o Lula provou que não é proficiente em português (e conquistou a presidência da república tantas vezes já, apesar disso), creio que a autoestima do brasileiro sofreu um significativo acréscimo, e comigo não foi diferente. Ou seja: nós, de forma geral, continuamos não falando porra nenhuma de espanhol, mas temos plena certeza de que isso não representa qualquer problema de comunicação em viagens ou quetais. Na pior das hipóteses, falamos inglês e, se mesmo assim isto não resolver o impasse lingüístico, passamos aos gritos e mímicas desesperadas. Só que não é assim, gritando e se fazendo de clown de circo, que se cuida de uma relação amorosa, galera. Se é pra amar a Argentina, eu senti a necessidade súbita de falar a língua deles que, infelizmente, não é a nossa. Mas é a do Almodóvar, do Banderas, da Penélope Cruz, do Che Guevara, do Quino, enfim, de tanta gente legal. (depois vou precisar de mais exemplos argentinos, porque se não fosse o Che e Quino, eu tava no sal!)

Tudo isto posto, apresentarei a seguir uma redação escrita por mim em portunhol sem a ajuda o google ou do babel fish (hahaha, pior que é sério - smack, smack: juro por deus!). Então, depois da leitura, espero que vocês me digam sinceramente o quão caído está meu espanhol, digo, portunhol.

No entanto, antes que vocês me ataquem por tentar assassinar a língua de Borges e Neruda, preciso que vocês saibam que todo que sé de espanõl foi aprendido ou nos bailes da vida, ou simplesmente brotou de minha intuição (embora eu confesse que novelas ítalo-brasileiras, como Terra Nostra, tenham influenciado irreversivelmente minha intuição pro espanhol).

Para esta redação, escolhi um tema simples e universal. Nada muito filosófico, porque está provado que só é possível filosofar em alemão. Sem mais, ei-la:

Porqué El Grand Pelé es tan mejor que Dieguito Maradona

Primeramente, sintome moralemente obrigada a empezar mi redaccióne querida decindo que questo tema es bastante controverso, pero se lebarmos en consideracción el tamanõ de la populaccióne brasileña en comparación con la populaccióne argentina, creyo que gañamos em quantidad -- e nadie puede callar la vuez del pueblo, porque la vuez del pueblo es la vuez de dio. E dio, todos lo sabem, es brasileño. Ma como somos todos hermanos, ahora los argentinos también pueden sentirse hijos de dio. (ai, carambita: no tengo cierteza si en portunhol debo decir "dio" o "dios".)

Sin embargo, porque solo se embargan los inimigos, y nosotros somos todos hermanos (hermanos no se puedem discutir, no?)... ai, ai, ai, ai, ai: me ha olvidado lo que queria hablar. Ah, sí: no entonces, los dos (2) jugadores del futbol son (no, no lo son más: fuerón!) maravillosos, verdaderos artistas con la bola al pied, pero Pelé se dedicó más a su image pública, apesar de ter se niegado a reconocer la paternidad de su hija (o de sus dos o tres o más hijas e hijos - ma che garañon descaradito eso Pelé, no?).

No quiero afirmar con esso que Maradona es de todo molto peor que Pelé. (ah no, imagine!) Los dos (2) fueran personages que se quedarán para todo lo siempre en nuestra memória desportoafetiva, pero la verdad, la más pura verdad es que Pelé se mantuve más lejano de confuziones que su coleguito Maradona. Ahora Dieguito es un técnico responsabile de futbol e yo tengo plena certeza de que los años que virán mostrarán al mundo quién es lo verdadero e único Maradona. Pero creyo que Pelé continuará siendo mejor.

Y para encerrar este assunto, creyo que lo pasado deva quedarse al pasado. El más important es doravante, y doravante somos hermanos de buena vontad que devemos unirmonos contra las FARC de Colómbia, que producen todo el pó que nossos craques consómen.

Que así seya!




Conclusão:
E a verdadeira lição de irmandade é esta: para existir amor, há de haver tolerância. Tudo bem que meu espanhol não é nenhuma Brastemp, mas vai me dizer que não é bonitinho eu estar fazendo esse esforço danado! ;-) Argentino que não perceber que eu estou tentando, não merece o meu amor.