Desejo
Acabo de ler isso num livro completamente mulherzinha e completamente delicioso, o "Comer, Rezar, Amar", de Elizabeth Gilbert:
"Ultimamente, quando me sinto sozinha, penso: Então fique sozinha, Liz. Aprenda a lidar com a solidão. Aprenda a conhecer a solidão. Acostume-se com ela, pela primeira vez na sua vida. Bem-vinda à experiência humana. Mas nunca mais use o corpo ou as emoções de outra pessoa como um modo de satisfazer seus próprios anseios não-realizados."
Então é só colocar numa balança o meu desejo - de um lado - e os meus anseios não realizados - de outro - pra decidir se é desejo, de fato, essa coisa alastrante que sinto por você.
O desejo primário seria absolutamente legítimo (porque afinal você é bonito, agradável, charmoso e interessante), mas como nem tudo é primariamente lindo, esse desejo ardente pode ser apenas um sinalizador da minha solidão, que nem é a maior do mundo, mas é consistente, incompreensivelmente dolorosa e deliciosa o suficiente pra me tornar dependente. E se eu me libertar da solidão, me diz: que outra droga potente eu usaria em seu lugar?
A verdade é que não sei - entre desejo e solidão - o que pesa mais. E enquanto eu não souber, sequer porei na balança questões éticas relativas ao seu status marital. Ao contrário do que você pensa, eu sou uma pessoa aquém da Ética: sou um organismo unicelular bastante basal.
Tudo o que preciso é de um pouco de água e sol, quiçá umas gotas de luar (e então meu desejo florescerá no solo fértil e sagrado da Solitude).
"Ultimamente, quando me sinto sozinha, penso: Então fique sozinha, Liz. Aprenda a lidar com a solidão. Aprenda a conhecer a solidão. Acostume-se com ela, pela primeira vez na sua vida. Bem-vinda à experiência humana. Mas nunca mais use o corpo ou as emoções de outra pessoa como um modo de satisfazer seus próprios anseios não-realizados."
Então é só colocar numa balança o meu desejo - de um lado - e os meus anseios não realizados - de outro - pra decidir se é desejo, de fato, essa coisa alastrante que sinto por você.
O desejo primário seria absolutamente legítimo (porque afinal você é bonito, agradável, charmoso e interessante), mas como nem tudo é primariamente lindo, esse desejo ardente pode ser apenas um sinalizador da minha solidão, que nem é a maior do mundo, mas é consistente, incompreensivelmente dolorosa e deliciosa o suficiente pra me tornar dependente. E se eu me libertar da solidão, me diz: que outra droga potente eu usaria em seu lugar?
A verdade é que não sei - entre desejo e solidão - o que pesa mais. E enquanto eu não souber, sequer porei na balança questões éticas relativas ao seu status marital. Ao contrário do que você pensa, eu sou uma pessoa aquém da Ética: sou um organismo unicelular bastante basal.
Tudo o que preciso é de um pouco de água e sol, quiçá umas gotas de luar (e então meu desejo florescerá no solo fértil e sagrado da Solitude).
Marcadores: crise existencial
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