Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Sherlock


Intrigada com a descoberta tardia da grafia correta de supérfulo, digo, supérfluo, Sherlock resolve investigar a origem de seus deslizes (fono)ortográficos. Sua mãe, suspeita número um por ter lido na juventude tudo em cuja capa se lia Sabrina, Bianca, Júlia e Sidney Sheldon, foi interrogada sutilmente, de forma que não percebesse o real intuito da pesquisa:


- Mãe, qual é mesmo a palavra que a gente usa pra dizer que uma coisa não é necessária, que se pode passar sem?
- Lixo.
- Não seja radical. Mais uma tentativa. Acho que começa com supér...
- ...fulo.
- Valeu!


Não satisfeita com a prova do crime e a falta de álibi da principal suspeita, nossa Sherlock tupiniquim interroga o suspeito número dois, seu pai, indo direto ao ponto dessa vez:


- Você fala supérfulo ou supérfluo?
- Supérfulo.
- E como se escreve isso?
- S-U-P-E-R-F-L-U-O.
- Mas você soletrou supérfluo!
- Isso mesmo. Supérfulo.
- Nã-nã-não, você falou supérfulo e soletrou supérfluo.
- Qual é o seu problema?
- Não, nada. Nenhum. Obrigada pelo seu tempo.


E Sherlock, percebendo que nada é mais inútil nesta vida que esse papo-brabo Freudiano de os pais serem culpados de tudo, abriu sua agenda e viu que tinha outras prioridades, como perder 6 kg, escrever dois contos, compilar um livro e correr uma maratona. Não necessariamente nesta ordem.