Este é o meu quartinho de bagunça. Da embalagem vazia de Chokito ao último livro do Saramago que eu não terminei de ler, você encontrará aqui de tudo um pouco.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Gás hilariante

Tudo bem que eu tenho o riso frouxo, mas ultimamente tenho gargalhado acima da média. Hoje eu vi um depoimento da novela Páginas da Vida, em que uma mulher se declarava feliz no casamento porque seu marido é um cara excepcional; tanto, que nem olha pras bundas das outras mulheres que passam por ele na rua. Ao fim do encantado VT, minha mãe me pergunta: "Não entendi: essa mulher é casada com um Down?" Mijei de rir.

Depois do trabalho, fui pr'academia fazer uma enganação aeróbica. A "cardio area", onde ficam esteiras e bicicletas ergométricas, deveria ser mais propriamente chamada de "farting area". É impressionante como as pessoas se soltam quando correm! Mesmo com toda a minha compreensão da fisiologia do aparelho digestivo, eu não consigo achar normal uma mulher perfumadérrima peidar ao meu lado enquanto corre ou caminha. Eu vou recalcando o riso, mas quando vejo aquela nuvem verde dominar o ambiente com o gás hilariante do peido alheio, chega um momento em que eu gargalho até me faltar o ar, e chego a ter pontadas ao ver que o suspeito número um do peido, diante de minha gargalhada que só falta apontar o culpado, evita cruzar o olhar com o meu na esperança de que eu seja discreta e não grite: "Caraca, como é que você faz pra feder desse jeito?!?"

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Eu tive um namorado que, por problemas de saúde que lhe fugiam ao controle, peidava violentamente (coitado). Uma vez, fomos ao cinema com um casal de amigos. E lá pelo décimo minuto de fita, ele começou a se soltar. Imaginando a reação de nossos amigos, que por muito menos teriam processado o cinema e mudado de cidade, eu comecei a rir. E o filme nem estava engraçado ainda. Aliás, era um filme triste. E, do início ao fim, eu era a única - sozinha, desagradável - que gargalhava na sala. Descontroladamente, embora o odor fosse repugnante até pras minhas amorosas narebas.

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Algumas combinações de palavras me fazem perder a consciência de tanto rir. Uma vez o Lau falou, não sei em que contexto, que a cólica provocada por gazes é uma dor de pum encravado. E eu, na semana passada, falando sobre minha conjuntivite, expliquei pro meu interlocutor que não podia ler porque estava com o olho escangalhado. Quaquaraquacá!

Porque essas coisas me fazem rir, eu não sei. Talvez eu tenha sido esquecida numa câmera de gás hilariante quando pequena, e até hoje não tenha limpado esse nitrogênio do meu sistema. Talvez o riso seja só uma forma de passar por essa vida sob o signo da leveza.